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terça-feira, 26 de abril de 2011

As melhores revistas brasileiras

O Brasil possui em sua carga educativa um grande numero de revistas que tratam do dia-a-dia da nação,e que tem formatos diferenciados para cada grupo de pessoas, e depois dos Estados Unidos é o pais com maior numero de revistas no mundo, cerca de 6 mil edições de diversas editoras.
Mas as melhores revistas brasileiras sem nenhuma duvida as que tratam da política, da vida e do cotidiano do nosso país, e segundo uma pesquisa feita no país, as melhores revistas segundo a população, você confere abaixo:
1ª – Veja
2ª – Época
3ª – Contigo
4ª – IstoÉ
5ª – Playboy
6ª- Caras
7ª – Ti-ti-ti
8ª – TodaTeen
9ª – Capricho
10ª – G-Magazine


As listas dos melhores livros de 2010


Como manda a tradição, vários jornais, sites e revistas fizeram seus rankings com os melhores livros de 2010. 2666, de Roberto Bolãno, e Verão, de J.M. Coetzee, foram os livros estrangeiros lançados pela Companhia mais citados, e Nada a dizer, de Elvira Vigna, foi o livro nacional de maior destaque.
Daniel Benevides e Marta Barbosa, colunistas do UOL, escolheram seus cinco livros favoritos de 2010, enquanto Paulo Ramos, do Blog dos Quadrinhos, fez seu ranking de HQs, e colocou Notas sobre Gaza, de Joe Sacco, no primeiro lugar.
Os leitores do Todoprosa escolheram 2666, de Roberto Bolaño, e O único final feliz para uma história de amor é um acidente, de J.P. Cuenca, como o melhor livro estrangeiro e o melhor livro nacional de 2010, respectivamente.
A revista Veja, além de 2666 e Verão, mencionou Freedom, de Jonathan Franzen, e The immortal life of Henrietta Lacks, de Rebecca Skloot, entre os melhores lançamentos do ano. Ambos têm lançamento previsto para o 1º semestre de 2011 pela Companhia das Letras.
O jornal O Globo também fez seu ranking de 10 livros, e na lista aparece Passageiro do fim do dia, de Rubens Figueiredo, entre outros da editora.
A Folha colocou A máquina de Joseph Walser, de Gonçalo M. Tavares, e Memória de elefante, de Caeto, entre os melhores do ano, e pergunta em seu site a opinião dos leitores sobre o melhor livro nacional e estrangeiro.
No Caderno 2 do Estadão, Antonio Gonçalves Filho afirmou que Verão, de J.M. Coetzee foi o livro do ano, mas também lembrou de A ponte – vida e ascensão de Barack Obama (David Remnick) e Felicidade demais (Alice Munro), e dos brasileiros Sinuca embaixo d’água (Carol Bensimon) e Nada a dizer (Elvira Vigna), entre outros.
Telio Navega, do Gibizada, reuniu a opinião de 20 pessoas sobre os melhores quadrinhos de 2010, e Cachalote (Daniel Galera e Rafael Coutinho), Notas sobre Gaza (Joe Sacco) e Bordados (Marjane Satrapi) entraram no top 10 final.

Melhores livros de 2011

Bom, geralmente os livros românticos são bastante lidos e desperta o interesse dos leitores. Se você está procurando esse tipo de livro que você começa a ler e não quer parar e nem quer que o livre acabe, você vai encontrar aqui uma lista destes.
1-Razão e Sensibilidade – James Austen
2-Orgulho e Preconceito – James Austen
3-Coleção: The House of Night –  P.C. Cast e sua filha Kristin Cast
4- Coleção: Crepúsculo – Stephenie Meyer
5-Inés da Minha Alma – Isabel Allende
6- Coleção: Diário de Vampiros – Kevin Williamson
7 – Coleção: O diário da Princesa – Meg Cabot
8- Coleção: A Mediadora: – Meg Cabot
9- A Sombra do Vento – Carlos Ruiz Zafón
10- O Morro dos ventos uivantes – Emily Bronte
Como Receber Livros Gratis
Em alguns sites da internet  você pode adquirir livros gratuitamente, sem precisar pagar nada por isso. Os livros podem chegar a sua casa ou você pode fazer o download, no caso dos e-books. Se você procura livros de auto-ajuda gratuitos, acesse então o site http://www.clube-positivo.com/livros/livros.htm.
Se o que você procura são livros de receita, então acesse o site http://arquivinho.com/livros-de-receitas-gratis-na-sua-casa. Os livros das masi diversas marcas famosas como Garoto e Dona Benta em sua casa sem você precisar pagar nada. Muitos internautas estão adquirindo.
Para  livros evangélicos online, ou e-books, acesse http://www.bjnewlife.org/portuguese/printedbook. É só você escolher e fazer o download totalmente gratuito. A maioria dos livros grátis são disponibilizados apenas para downsloads e não para entregar em sua casa.
Para baixar livros dos mais diversos assuntos, acesse o site http://katalivros.com/index2.asp?res=0. OS melhores livros de todos os tempos você encontra no site para baixar. O download é totalmente gratuito, mas o livro é todo digitalizado, você lê através do computador. Se quiser pode imprimir. Atualmente as pessoas estão dando preferência aos livros online.

Melhores filmes de 2010 :: Retrospectiva 2010


2010 não foi um ano espetacular para o cinema. Tivemos alguns bons filmes, mas acho que pouca coisa será lembrada como clássico daqui a alguns anos.



Segue a lista dos 10 melhores filmes de 2010, segundo os seguidores do @grandesfilmes:

A Origem, de Christopher Nolan

A Origem (Inception, de Christopher Nolan) - A partir do lançamento de Inception nos EUA, começou um hype incrível na internet. Cada comentário sobre o filme era replicado por todos os lados. E ele não decepcionou. A grande maioria adorou a trama criada por Christopher Nolan e o filme gerou ainda mais polêmica com as múltiplas interpretações possíveis para os sonhos e seu final. Na votação, A Origem teve o dobro dos votos do segundo colocado, Toy Story 3. Na minha opinião, Nolan dirigiu o filme do ano.

Toy Story 3, de Lee Unkrich

Toy Story 3 (Toy Story 3, de Lee Unkrich) – Apesar de nunca ter me decepcionado com a Pixar, estava um pouco com o pé atrás para esta continuação. Via o fato de eles fazerem a terceira parte de Toy Story como o prenúncio de uma queda na originalidade do estúdio. Não poderia estar mais errado. Toy Story 3 acertou em tudo: roteiro inteligente, trama envolvente, um verdadeiro filme de ação animado, novos personagens cativantes e antigos muito bem aproveitados. Poucas vezes lembro-me de ter visto tantas pessoas chorando no cinema...

Kick-Ass - Quebrando Tudo, de Matthew Vaughn

Kick-Ass – Quebrando Tudo (Kick-Ass, de Matthew Vaughn) – Adaptação da HQ homônima, Kick-Ass chegou ao cinema impulsionado por um trailer incrivelmente violento, protagonizado por Chloe Moretz, uma ótima atriz mirim de 12 anos de idade. A trama conta a história de pessoas comuns que resolvem se vestir de super-heróis para combater o crime, mas enquanto Big Daddy e Hit-Girl são treinados e muito bem armados, Kick-Ass é apenas um nerd sem o menor conhecimento de luta, que acaba se metendo em encrenca com bandidos perigosíssimos. Foi também um dos filmes mais engraçados do ano (para quem gosta de humor negro e sangue, muito sangue).

Tropa de Elite 2, de José Padilha

Tropa de Elite 2 (Tropa de Elite 2, de José Padilha) – O quarto colocado na votação foi o filme nacional que atingiu a maior arrecadação da história do cinema brasileiro. A continuação de Tropa de Elite acertou ao mudar o foco de sua metralhadora giratória: saíram os traficantes e os maconheiros universitários, chegaram as milícias e os políticos. Com isso, Padilha conseguiu criar uma trama completamente nova, sem a sensação de caça-níqueis requentado. Se o filme não causa a mesma catarse do primeiro, conseguiu deixar o drama de Nascimento muito mais real.

Ilha do Medo, de Martin Scorsese

Ilha do Medo (Shutter Island, de Martin Scorsese) – Estrelado por Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo, este thriller de suspense dirigido por Scorsese agradou muito ao público. Ilha do Medo se passa em uma ilha-hospício, para onde são enviados dois policiais que devem investigar um desaparecimento. Logo, temos a impressão de que nada é o que parece naquela ilha. Um filme bem envolvente.

A Rede Social, de David Fincher

A Rede Social (The Social Network, de David Fincher) – O diretor de Clube da Luta e Benjamin Button chega à lista dos melhores de 2010 com A Rede Social, drama que se desenrola em torno da história da criação do Facebook, tendo como protagonista Mark Zuckerberg, seu desenvolvedor nerd. Tudo é contado através de flashbacks, enquanto se desenrolam dois processos a que Zuckerberg foi submetido: um por ter roubado a idéia do Facebook e outro por ter tirado seu amigo da companhia à revelia. Vai com força para a disputa do Oscar 2011.

Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright

Scott Pilgrim Contra o Mundo (Scott Pilgrim vs. the World, de Edgar Wright) – Os nerds estão mesmo com tudo. Scott Pilgrim foi o oitavo mais votado e é mais um escrito para e protagonizado por nerds. Baseado em uma HQ, o filme possui vários elementos que remetem tanto aos quadrinhos, quanto aos videogames. Mas atenção: ele gera muitas restrições para quem não está acostumado a este universo (várias pessoas falaram para mim que não entenderam ou detestaram Scott Pilgrim Contra o Mundo).

Harry Potter e as Relíquias da Morte, de David Yates

Harry Potter e As Relíquias da Morte – parte 1 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 1, de David Yates) – Os fãs de Harry Potter não poderiam deixar este filme de fora da nossa votação. O início do capítulo final da saga realmente conseguiu agradar ao seu público, ainda que tenha sido baseado na parte mais arrastada do livro. Alguma dúvida de que a parte 2 irá arrasar bilheterias em 2011?

O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella

O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos, de Juan José Campanella) – O nono mais votado em nossa pesquisa foi o filme protagonizado por Ricardo Darín, grande astro do cinema argentino. O Segredo dos Seus Olhos conta a história de um brutal assassinato e a obsessão de um homem para resolvê-lo. Acabou se tornando o segundo filme latino-americano a vencer o Oscar de Filme Estrangeiro, derrotando concorrentes de peso, como A Fita Branca e Um Profeta.

Tetro, de Francis Ford Coppola

Tetro (Tetro, de Francis Ford Coppola) – O novo filme de Francis Ford Coppola teve uma recepção morna por parte da crítica, mas tem gerado ótimos comentários entre nossos seguidores do twitter. Pelo menos duas pessoas assistiram a Tetro neste final de semana e trocaram seus votos para os melhores do ano. Ainda não vi o décimo colocado da lista, mas agora fiquei ainda mais curioso.


Além dos 10 mais votados, segue um pequeno bônus. Uma indicação de mais 5 filmes que, para mim, não podem faltar na lista dos melhores de 2010. Se você ainda não viu qualquer um deles, assista JÁ!

Uma Noite em 67, de Ricardo Calil e Renato Terra

Uma Noite em 67 (Uma Noite em 67, de Ricardo Calil e Renato Terra) - Um documentário nacional imperdível para qualquer pessoa que goste de música brasileira. Uma Noite em 67 mostra o que aconteceu na final do Festival de 1967, da TV Record, e os seus bastidores. Podemos conferir as primeiras apresentações de verdadeiros clássicos da MPB, como Roda Viva (Chico Buarque e MPB-4), Domingo no Parque (Gilberto Gil e Mutantes), Alegria, Alegria (Caetano Veloso) e Ponteio (Edu Lobo). Um resgate espetacular.

Mary & Max – Uma Amizade Diferente, de Adam Elliot

Mary & Max – Uma Amizade Diferente (Mary & Max, de Adam Elliot) – Adam Elliot, vencedor do Oscar em 2004, nos brindou com uma das melhores animações lançadas por aqui em 2010. Mary & Max conta a história de uma amizade, mantida por correspondência, entre uma menina australiana e um velho americano. Não é propriamente infantil, já que trata de diversos assuntos densos, como suicídio e traição. Um filme triste, mas muito lindo.


Lunar, de Duncan Jones

Lunar (Moon, de Duncan Jones) – O longa de estreia de Duncan Jones, filho do cantor David Bowie, é uma ficção científica como há tempos eu não via. Não vou falar muito sobre a trama, para não tirar o impacto das descobertas, mas tudo tem início quando um astronauta que vive só no lado escuro da Lua sofre um acidente quase fatal. Sam Rockwell está ótimo no papel do solitário Sam Bell, que tem como única companhia o computador GERTY (voz de Kevin Spacey). Impossível não lembrarmos de 2001 - Uma Odisséia no Espaço, que sem dúvida serviu de inspiração, apesar da história ser totalmente distinta. Lunar é de 2009, mas foi lançado aqui apenas neste ano, diretamente em DVD.


Onde Vivem os Monstros, de Spike Jonze

Onde Vivem os Monstros (Where The Wild Things Are, de Spike Jonze) – Mais um filme infantil que acaba fazendo mais sucesso com os adultos. Quando Max, com cerca de 11 anos, não consegue compreender as atitudes das pessoas que o cercam, acaba criando um mundo imaginário onde moram monstros gigantes, que o escolhem para ser seu rei. Neste lugar incrível, Max finalmente terá a chance de aprender mais sobre o que significa crescer.

A Fita Branca, de Michael Haneke

A Fita Branca (Das Weisse Band, de Michael Haneke) – Na Alemanha pré-Primeira Guerra, uma série de estranhos acidentes começam a atormentar um vilarejo. A tensão aumenta quando o professor passa a desconfiar de que as crianças do lugar, criadas sob uma educação extremamente rígida, podem estar envolvidas nos incidentes. O filme venceu a Palma de Ouro em Cannes e o Globo de Ouro de filme estrangeiro, além de ter sido indicado ao Oscar por sua linda fotografia.

Dicas de Livros para Pais e Educadores

-OS DIREITOS DOS PAIS
Autor:Tania Zagury
Editora:Record
Vivemos hoje uma situação-limite: violência crescente, glamorização e abuso do uso de drogas, aumento de casos de suicídio e depressão entre jovens, desemprego,estímulo ao consumo desenfreado e ao imediatismo, crise ética. As vítimas preferenciais desse processo impiedoso e destrutivo são nossos adolescentes – a mídia o atesta. Os fatos que vimos assistindo apavoram adultos,enquanto que nos jovens geram perigoso fatalismo.
Com que armas nós, pais e professores, podemos enfrentar/evitar que isso ocorra? A única saída é formar em nossos filhos valores tão firmemente internalizados, que se tornem parte deles mesmos. Para isso, segundo Tania, é preciso que tenhamos reassegurados os direitos dos pais.
Lendo “Os Direitos dos Pais” pais e educadores sentir-se-ão fortes. Fortes para fazer de seus filhos cidadãos íntegro, mesmo em tempos de crise".

-Coletânea TEMPO DE BRINCAR & APRENDER vol.1
Produzido por Alessandra Persic (educadora e pesquisadora)
Com mais de 1.200 itens educativos sobre cantigas, parlendas, adivinhas, travalínguas e brincadeiras, acompanhando estudo com orientações pedagógicas para as diferentes faixas-etárias.
Informações:
E-mail: vendas_eraumavez@itelefonica.com.br

- Quem Ama, Educa
Autor: Içami Tiba
Editora: Gente
O livro é excelente para pais e educadores em geral. O autor escreve com maestria e aborda vários tópicos da educação infantil.

-Caminhos para a formação do leitor
Autora:Renata Junqueira de Souza
Editora: DCL
Este livro reúne oito ensaios que têm como ponto de partida o leitor e como percurso várias reflexões sobre a importância da leitura e da literatira na escola e na vida.
Abordagen diferente que têm como foco principal a mesma questão: Quais são os caminhos para a formação do leitor?
Indicação: Educadores, pais e professores

-Viva e Deixe Viver - Histórias de quem conta histórias
Autora: Maria Helena Gouveia
Editora: Globo
" Como tudo começou, como continuou, como se trabalha, como se preparam os contadores. Um livro que nos prende e nos leva a pensar: " e eu, o que estou fazendo? ". Neste livro você conhecerá um pouco mais da Associação Viva e Deixe Viver, o desenvolvimento e a capacitação de voluntários na área da saúde, promovendo entretenimento e estimulo à leitura.

-Atividades Lúdicas na Educação da Criança
Autor: R.C.HAYDT e LEONOR RIZZI
Editora:Ática
Após uma introdução sobre a importância do jogo na educação infantil, o livro traz uma série de atividades que podem ser desenvolvidas com crianças da pré-escola e das séries iniciais do ensino fundamental.

-Atividades na Pré-Escola
Autores:IDALINA LADEIRA FERREIRA e SARAH P.SOUZA CALDAS
Editora:Saraiva
O livro traz sugestões de atividades práticas voltadas às três fases da pré-escola - de três a quatro anos, cinco anos e seis a sete anos - com o intuito de favorecer o desenvolvimento integral da criança.

-Atividades Educacionais I
Autor: NAOMI E.SINGER e MATTHEW J.MILLER
Editora: Madras
Atividades Educacionais I foi escrito com a finalidade de desenvolver e estender o aprendizado na sala de aula. É um livro voltado para pais e professores juntos assumirem uma participação ativa no processo de aprendizagem das crianças, desenvolvendo neles a autoconfiança e a auto-imagem. Compartilhem dessa descoberta!

-PAIS COMPETENTES, FILHOS BRILHANTES
Autor:Caio Feijó
o autor Caio Feijó aponta, na primeira parte, para os erros mais comuns dos pais e educadores, como por exemplo; super proteção, distorções na comunicação, a prática de punir comportamentos indesejados ao invés de recompensar comportamentos desejáveis, e a falta de afeto, entre outros.
Na segunda parte do livro, o autor oferece aos pais, opções para prevenir ou corrigir os comportamentos indesejados dos filhos, fundamentado na Psicologia do Comportamento Humano, e conclui apresentando os sete princípios fundamentais para a educação dos filhos, resultado de ampla pesquisa realizada com pais, professores e jovens estudantes do ensino fundamental e médio. Alguns deles: Informação/Comunicação, Referência Pessoal, Nível de Afeto, Atenção e Confiança,estabelecimento de Limites.

-Só brincar? O papel do brincar na educação infantil
Autor: Janet R. Moyles
Editora: Artmed
O brincar na Educação Infantil é ainda, e muitas vezes, considerado por pais e até mesmo por alguns educadores apenas um passa-tempo permitido na hora do recreio e em um ou outro momento da rotina. Esse livro de Janet R. Moyles afirma mais uma vez que é brincando que as crianças aprendem, pois é por meio da brincadeira espontânea que elas criam, interagem, imitam, jogam, experimentam... Conseqüentemente, o brincar deve estar fortemente presente na Educação Infantil. Só Brincar? aborda também o papel do professor e mostra quão fundamental é a presença de um adulto sensível, que organiza com cuidado o espaço da sala de aula e que intervém nos momentos certos, propondo atividades lúdicas de acordo com os interesses e expectativas de sua turma. O livro vai além e sugere maneiras de avaliar na Educação Infantil, de organizar a escola e o currículo no sentido de valorizar o brincar e de permitir aos pais descobrir o porquê dessa valorização. Para os profissionais que atuam em Educação Infantil, Só Brincar? é uma ótima sugestão de leitura.

-Invente jogos para brincar com seus filhos
Autor: Cheryl Gerson Tuttle
Co-autor: Penny Paquette
Editora: Edições Loyola
Tentar fazer com que seu filho largue o vídeo game para estudar matemática, é uma missão mais do que impossível? E quando você arruma um tempinho para ajudá-lo na lição de casa, vocês sempre acabam se irritando um com o outro? Pensando nessas questões, Cheryl Tuttle e Penny Paquette escreveram Invente jogos para brincar com seus filhos, um livro que traz inúmeros jogos para aperfeiçoar as habilidades de leitura, escrita e raciocínio matemático em crianças na idade pré-escolar e ensino fundamental. Cada jogo vem com uma explicação das habilidades que serão desenvolvidas, dos materiais utilizados e do tempo que será necessário para jogá-lo. Eles podem ser adaptados a sua família e são planejados para produzirem o máximo benefício no menor tempo possível. Você poderá ampliar conhecimentos científicos e matemáticos durante o café da manhã, ou exercitar formação de frases no caminho da escola! Segundo as autoras, esses jogos, além de desenvolver o pensamento criativo, elevam a auto-estima da criança que se sente muito mais integrada à família. O melhor é que, para que isso ocorra, os pais só precisam estar abertos às idéias novas e transformar cada minuto em uma deliciosa brincadeira de aprendizagem. Vale a pena tentar!

-Um jeito bom de brincar
Autor: Elias José
Ilustrador: Bia Sampaio e Sonia Magalhães
Editora: FTD
Tente falar bem rápido: “Só ganha arranhão quem agarra e gruda e agrada o gato na marra e esquece as garras prontas pra guerra”. E agora esta, gesticulando muito: “Se a mentira tem perna curta, como corre, corre tão depressa?”. Essas e muitas outras são poesias divertidas que você encontra no livro de Elias José. A graça é tentar inventar um jeito diferente de brincar com cada uma delas. Vale falar alto, sussurrar, cantarolar, representar, fazer mímica... Tanto faz, o que importa é criar “um jeito bom de brincar”

-Técnicas de Contar Histórias para Pais
Autora: Vania Dohme
Este livro, trata do valor educacional das histórias, analisando-as como uma ferramenta poderosa de dialogo e transmissão de valores. Traz o diferencial de ater-se às situações em que o adulto está com um número pequeno de crianças, onde há mais proximidade e maior facilidade de diálogo, consequentemente, em situações que este potencial da história pode ser ainda mais explorado. A autora discorre sobre as questões educacionais de forma séria, porém sem distanciar-se do principal: o encantamento. Pois, segundo suas próprias palavras, de nada vale um história com bom conteúdo se não for bem contada, não despertar a atenção dos ouvintes.
Por isto, além da parte teórica o livro apresenta nove histórias prontas para serem contadas e os recursos descritos passo-a-passo, muitas vezes, quase prontos para serem usados, bastando copiá-los e colorí-los.
http://www.editorainformal.com.br
Site da autora: http://www.vaniadohme.pro.br

-Os Contos de Fadas : Origens, História e Permanência no Mundo Moderno
Autora: Ana Lúcia Merege Esse maravilhoso livro trata da origem dos contos de fadas desde a Antigüidade às versões consagradas por Perrault e pelos Grimm e destas às recriações de autores modernos, tais histórias são repletas de significado, o que talvez explique sua permanência entre nós até os dias de hoje.
Ver mais em: http://estantemagica.blogspot.com

-Atividades na Pré-escola
Autor: Idalina Ladeira Ferreira e Sarah P. Caldas
Editora: Saraiva
Trata-se de sugestões de atividades práticas e variadas, adequadas aos diferentes níveis da educação infantil que contribui para enriquecer o trabalho diário do professor. O volume tem diversas atividades nas áreas de estimulação, expressão, conhecimento lógico, meio físico e social.

-Nos bastidores do imaginário: criação e literatura infantil e juvenil
Autora:Anna Claudia Ramos
Editora:DCL
Em Nos bastidores do imaginário: criação e Literatura Infantil e Juvenil, Anna Claudia Ramos propõe um estudo da Literatura Infantil e Juvenil sob três diferentes olhares: o de pesquisadora, o de escritora e o de leitora. Anna Claudia também faz uma leitura sobre a criança e a recriação do real sobre escritores criativos e a importância do trabalho estético na criação.
Indicação: Formação de Professores

-As Narrativas Preferidas De Um Contador De Historias
Autor:Ilan Brenman
Editora: LANDY EDITORA
Em AS NARRATIVAS PREFERIDAS DE UM CONTADOR DE HISTÓRIAS Ilan Brenman reconta, com graça e humor, sete histórias de várias procedências, como Carne de língua, A madrasta e A tapeçaria de Aracne, entre outros contos populares brasileiros e africanos, lendas asiáticas e gregas. As ilustrações de Fernando Vilela acrescentam ainda mais beleza aos textos.

-Através da vidraça da escola
formando novos leitores
Autor:Ilan Brenman
“Quando lemos em voz alta, retomamos a experiência do compartilhar; lemos para um grupo de crianças, e elas, no decorrer da leitura, podem se sentir fazendo parte de uma unidade. Quantas vezes já presenciamos grupos inteiros de ouvintes se encostando e se “protegendo” das histórias de terror que estávamos lendo? Os grupos que ouvem histórias possivelmente saem mais unidos, seus participantes mais cúmplices uns dos outros. A percepção é clara: a leitura dessas histórias realmente acalma, instaura um novo clima na sala de aula, silencia os ruídos infantis, entre outros muitos efeitos benéficos observados e invisíveis. Sabemos que as crianças amam as histórias, que poucas outras atividades de sua vida despertam tanto interesse; então, por que ainda se insiste em usá-las somente como meio de barganha? Por que não as tornamos o centro do ensino da leitura? As crianças, desde a mais tenra idade, deveriam saber que a leitura é capaz de abrir um mundo repleto de experiências e possibilidades. O desvelar dos mistérios do mundo e da própria vida interior deveria ser o objetivo principal da aprendizagem da leitura. A ânsia pela vida e a curiosidade estonteante das crianças encontram refúgio na leitura de livros de literatura.”

Como trabalhar a poesia em sala de aula


Luciana Cláudia de Castro Olímpio

  “A poesia sensibiliza qualquer ser humano. É a fala da alma, do sentimento. E precisa ser cultivada.”
Afonso Romano de Sant’Ana
Mesmo sabendo da importância da poesia na vida dos seres humanos como mostra acima Afonso Romano, muitas escolas esqueceram-na, principalmente nas séries iniciais, dando mais espaços, entre aspas,   para coisas mais importantes e mais sérias, como também para textos em prosa, privando os alunos dessa “experiência inigualável”, conforme caracteriza Maria Helena Zancan Frantz (1998, p. 80)
Neste artigo, enfatiza-se a necessidade de educadores,  principalmente nas séries  inicias, pois o aluno só cria hábito se for iniciada desde de muito cedo, trabalharem com poesia na sala de aula ou fora dela.
O objetivo não é transformar os discentes em grandes escritores de poemas, até porque precisa-se ter dom para esta arte, mas sim transformá-los em leitores aptos a interpretar e compreender o que o poeta quis transmitir  em meio aos versos, além de propor que os educandos não percam a poesia que nasce neles desde quando as mães cantavam cantigas de ninar para que dormissem e depois quando brincavam de cantigas de roda, adivinhas, trava línguas etc..
Com esse objetivo, proponho alternativas de trabalhos com poesia e didáticas para implantação tanto no Ensino Fundamental como para o Ensino Médio baseadas nas idéias dos escritores relacionados no parágrafo abaixo.
Vários autores vêm pesquisando as questões da leitura e de trabalhos de poesias em sala de aula como Pinheiro (2002), Micheletti (2001), Frantz (1997), Cunha (1986) e investigam as dificuldades que os alunos  possuem de interpretar estes textos,  não só pela falta do conhecimento prévio, mas também pelo pouco  contato  que eles têm com a poesia.
Metodologia
Atualmente, a prática da leitura de poesia está um pouco esquecida nas escolas. Isso ocorre devido ao pouco contato, desde os primórdios de sua formação, dos educadores de Língua Materna.
“Está claro que a personalidade do professor e particularmente, seus hábitos de leitura são importantíssimos para desenvolver os interesses e hábitos de leitura nas crianças, sua própria educação também contribui de forma essencial para a influência que ele exerce.” (Banberger, 1986)
Sem trair o escritor estudado, posso afirmar que se o professor não tiver um hábito de ler poemas e não se sensibilizar ao  ler uma poesia, dificilmente conseguirá despertar esse interesse em seus alunos como afirma Cunha (1986, p. 95):
“... se o professor não se sensibilizar com o poema, dificilmente conseguirá emocionar seus alunos.”
Sabidos de que a poesia é um dos gêneros literários mais distantes da sala de aula, é preciso descobrir formas de familiarizar e de aproximar as crianças e os jovens da poesia. E essa forma de familiarização e aproximação deve ser feita com parcimônia  e através de um planejamento para evitar as várias afirmações de que os poemas são de difíceis interpretações e entendimento.
Pinheiro (2002, p.23)  afirma que “... a leitura do texto poético tem peculiaridades e carece, portanto, de mais cuidados do que o texto me prosa.”
Assim a poesia não é de difícil interpretação, apenas necessita de mais cuidado e atenção para que ocorra um entendimento da mesma. A aprendizagem da interpretação da poesia compreende  o desenvolvimento de coordenar conhecimentos dos vários sentidos que um texto poético proporciona.
Uma forma para melhorar  a aprendizagem é a aproximação constante da poesia, como também a utilização do conhecimento prévio. O conhecimento prévio engloba o conhecimento lingüístico, que abrange desde o conhecimento sobre pronunciar o português, passando pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua. O conhecimento do texto, que se refere as noções e conceitos sobre o texto, e, por último, o conhecimento de mundo, que é adquirido  informalmente através das experiências, do convívio numa sociedade, cuja ativação, no momento oportuno, é também essencial à compreensão de um poema.
Se estes conhecimentos não forem respeitados,  o entendimento e a compreensão do poema pode realmente ficar prejudicada, e assim, como foi dito anteriormente,  de difícil interpretação.
Como exemplo do que foi exposto no parágrafo anterior, coloco excerto do poema “Balada do amor através das idades”, de Carlos Drummond de Andrade (Cinco Estrelas, 2001, p. 26).
“Eu te gosto,  você me gosta 
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana
Troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
Para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
                        (...)
Mas depois de mil peripécias,
Eu, herói da Paramount,
Te abraço, beijo e casamos.
A compreensão do poema acima pode ficar comprometida se o leitor não tiver um dos conhecimentos acima citado. A poesia de Drummond exige do discente um bom conhecimento de mundo e da história para que ele entenda a poesia, pois nela é citado, de certa forma, a Guerra de Tróia, os costumes romanos como também expõe o nome de um dos mais poderosos estúdios de Hoolywood, dando referência aos finais felizes dos filmes.
Para amenizar os problemas do distanciamento, de interpretação e de compreensão poética, é necessário que o professor compreenda que o ato de interpretar um poesia não pode ficar restrito a sua forma  de apresentação sobre uma página, ou seja,  como ocorre  a disposição das palavras, dos versos, das rimas e das estrofes, e nem somente pelos questionamentos apresentados nas atividades  de interpretação propostas pelos livros didáticos, pois as perguntas são impressionistas. Assim afirma Micheletti (2001, p. 22):
“Freqüentemente a interpretação textual dadas nos livros e materiais afins  tem um caráter ‘impressionista’, ou seja,  o autor das questões propostas ou dos comentários, registram as suas intuições, as suas impressões sobre o texto.”
É necessário ressaltar que o professor deve partir de uma leitura poética do mundo, fazendo da poesia motivo de apreciação lúdica e de motivação para a produção de intertextualidade ( relação existente entre textos diversos, da mesma natureza ou de naturezas diferentes e entre o texto e contexto) e de muitas outras formas de criar com seriedade, mas brincando com palavras.
Segundo Elias José (2003, p. 11) , “vivemos rodeados de poesia”, ou seja, poesia é tudo que nos cerca e que nos emociona quando tocamos, ouvimos ou provamos, poesia é a nossa inspiração para viver a vida.
Conforme Elias José (2003, p. 101), “ser poeta é um dom que exige talento especial. Brincar de poesia é uma possibilidade aberta  a todos.”. Então, se todos podemos brincar de poesia, por que não trabalharmos a poesia de forma lúdica?
Assim proponho atividades que oportunizem momentos lúdicos aos alunos, tendo em vista exercícios de imaginação, de fantasia e de criatividade e ao mesmo tempo mostrar a vida de uma forma mais poética, com maior liberdade para construir seu conhecimento.
Todas as estratégias capazes de aguçar a sensibilidade da criança e do adolescente para a poesia são válidas. É interessante para isso, que a poesia seja freqüentemente trabalhada para que ocorra um interesse por ela.
Um dos processos para o educador iniciar este trabalho, é ele fazer uma sondagem para descobrir os temas de maior interesse dos alunos, proporcionando uma maior  participação. Este levantamento pode ser de forma direta, através de pequenas fichas ou ouvindo e anotando as  temáticas preferidas dos alunos. Outro método é descobrir os filmes, os programas de rádios e de televisão que mais gostam. Isso é necessário para o professor saber que tipo de poesia pode levar para a sala de aula. Vale ressaltar que cada sala tem um gosto diferente. No entanto não se pode prender-se somente aos temas escolhidos pelos discentes. A variedade e a novidade também são métodos eficazes para a aprendizagem.
Faz-se necessário, antes de iniciar as atividades poéticas, preparar um ambiente adequado,  principalmente nas séries  iniciais, para que os alunos sintam-se a vontade para recitar e interpretar os textos poéticos. Além de uma biblioteca agradável, ventilada, espaçosa e com um acervo bem variado para que os estudantes possam escolher livremente na prateleira o livro que quiser.
Trabalhar com poesia em pares é muito interessante. Este trabalho é realizado de duas maneiras: primeiro, através da leitura da poesia, depois são propostas as atividades interpretativas, nada de questões objetivas, já que cada pessoa interpreta um texto de forma diferente, mas de maneira coerente.As duplas conversam sobre o texto, analisam as possibilidades possíveis e escrevem o que foi apreendido.
É através das diferenças individuais que a troca de experiências vai sendo edificada, como também  a partir da reflexão e da construção social do conhecimento sustentada pela interação dos indivíduos envolvidos. Essa interação entre os sujeitos é fundamental para o desenvolvimento pessoal e social, pois ela busca transformar a realidade de cada sujeito, mediante um sistema de trocas.
É proveitoso ressaltar também que construir um cantinho para fixar vários tipos de poesia é um método eficaz para o incentivo da leitura e interpretação poética, pois quanto mais se lê, mais se aprende e cria o hábito da leitura não só de poesia como de outros tipos de textos.  Pinheiro (2002, p. 26) afirma que:
“Improvisar um mural, onde os alunos, durante uma semana, um mês, ou o ano todo colocam os versos de que mais gostam (...) de qualquer época ou autor, são procedimentos que vão criando  um ambiente (...)  em que o prazer de lê-la passa a tomar forma.”
Não satisfeita ainda com as metodologias apresentadas, proponho mais alguns métodos que são incentivadores para a prática da leitura de poesia, como o momento poético, a poesia e as datas comemorativas e a apresentação da poesia em forma de dança, desenho ou interpretação teatral.
O primeiro, momento poético, é um artifício aplicado em sala de aula, em que os estudantes, dispostos de forma bem a vontade, sentados no chão ou em almofadões, se a escola possuir, uma música suave ao fundo, recitam poesias de preferência pessoal, ligadas, de preferência ao momento literário estudado, buscando, junto aos colegas, descobrir a mensagem transmitida pelo autor da poesia. O segundo, a poesia  e as datas comemorativas, apesar de ser bastante criticada, também é uma forma proveitosa  de aprender a gostar e interpretar a poesia. Como é o caso do dia 07 de Setembro em que os brasileiros mostram seu patriotismo comemorando a independência do Brasil. O mestre pode trabalhar  a poesia de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, fazendo primeiramente uma leitura crítica, levando os discentes a observar a poesia e fazer um paralelo da época em que a canção  foi feita e se a terra natal (Brasil) hoje é tão perfeita como apresenta Gonçalves Dias em sua poesia.
Trabalhar a poesia ligada as datas comemorativas só se torna enfadonho,  pouco proveitoso, sem criatividade e método empobrecido, quando  a poesia só é lembrada nestas datas.
O último método citado neste artigo, é a apresentação da poesia em forma de dança, desenho ou interpretação teatral. Um exemplo do primeiro, a dança pode ser  representada pela poesia “A Bailarina”,  de Cecília Meireles, em que as crianças ou adolescentes podem formar um grupo de dança, todas vestidas de bailarina, para interpretar corporalmente a poesia abaixo que deve ser recitada por um outro estudante. Não é obrigatório o professor trabalhar com esta poesia, ela pode ser substituída por outra, tudo depende do docente ou dos alunos.
“Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
Mas sabe ficar na ponta do pé.
Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.
Não conhece nem lá nem si
Mas fecha os olhos e sorrir.
Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
E nem fica tonta nem sai do lugar.
Põe no cabelo uma estrela e um véu
E diz que caiu do céu.
Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as danças,
E também quer dormir como as outras crianças.
No caso do desenho, ótimo método para se trabalhar tanto nas aulas de Língua Portuguesa como nas de Artes. Os alunos em grupo tentam interpretar a poesia lida através do desenho, para depois apresentar aos colegas de sala para também ser analisada por eles. Depois os desenhos podem ser colocados ao lado da poesia referente a cada um e exposto em um mural em toda a escola ou só na sala de aula.
O “Soneto”, de Álvares de Azevedo, pode ser um exemplo para ser apresentado em forma de teatro lido. O narrador representa o eu lírico, lendo a poesia enquanto uma aluna representa a mulher recitada nos versos.
“ Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar! Na escuma fria.
Pela maré das águas embaladas,
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se balançava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti -  as noites eu velei chorando;
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!”
Estas aulas anteriormente citadas são bem lúdicas. Os alunos aprendem em grupo,  de forma bem participativa, a interpretar e compreender as poesias  tendo contato com as idéias dos amigos de sala.
As poesias também podem ser trabalhadas como ajuda para produções de textos, como é o caso das poesias de Manuel Bandeira, grande escritor do Modernismo brasileiro, “O Bicho” ( retrata a desigualdade social), “O Poema tirado de uma notícia de jornal (incentiva a produção de uma narração relatando o cotidiano  humilde das pessoas desprestigiadas socialmente) e para finalizar, tem-se “Irene Preta” (retrata o preconceito racial).
Este trabalho exige que o aluno descubra qual o tema apresentado na poesia, para depois escrever, de acordo com o gênero exigido, o texto.
A poesia pode ser trabalhada não só nas aulas de Língua Portuguesa, mas também nas aulas de História, Geografia e outras como é o caso da poesia “A Rosa de Hiroxima”, de Vinícius de Moraes, que retrata o triste acontecimento da explosão da bomba atômica em Hiroxima.
“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa sem nada
Esta poesia, como foi dito acima, pode ser trabalhada numa aula de história, que o professor, através dos versos, pode explicar todo o conteúdo desse aterrorizante acontecimento. Pode explicar,  por exemplo, por que o poema se chama  A Rosa de Hiroxima, como também explicar que os escritores modernistas  transplantavam o momento vivido para as poesias, como é o caso de Vinícius.
Conclusão
Os professores devem trabalhar poesias e textos poéticos com seus alunos pois estes vêm sendo indicados como um dos meios mais eficazes   para o desenvolvimento das habilidades de percepção sensorial da criança e do adolescente, do senso estético e de suas competências leitoras e, conseqüentemente, simbólicas.
A interação com a poesia é uma das responsáveis pelo desenvolvimento pleno da capacidade lingüística  da criança e do adolescente, através do acesso e da familiaridade com a linguagem conotativa, e refinamento da sensibilidade para a compreensão de si própria e do mundo, o que faz deste tipo de linguagem uma ponte imprescindível entre o indivíduo e a vida.
Referências Bibliográficas
AMARAL, Emília; ANTÔNIO, Severino; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo. Novas Palavras: Literatura Gramática, Redação e Leitura. São Paulo: FTD, 1997 – Coleção Novas Palavras, V.2, p. 60. 
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria & Prática. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1986.
FRANTZ, Maria Helena Zancan. O Ensino da Literatura nas séries iniciais. 2ª ed. Ijuí: Unijuí, 1997.
JOSÉ, Elias. A poesia pede passagem: um guia para levar a poesia às escolas.  São Paulo: Paulus, 2003.
In: MACHADO, Ana Maria. Cinco estrelas. Literatura em minha casa.  V.1. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
In: MICHELETTI, Guaraciaba (Coord.) Leitura e Construção do real: o lugar da poesia e da ficção.  2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. (coleção aprender e ensinar com textos, v. 4)
In: PINHEIRO, Helder; BANBERGER, Richard. Poesia na sala de aula. 2ª ed., João Pessoa: Idéia, 2002.      

Poesia infantil e alfabetização: o processo de formação do leitor de poesias


  Educação

A infância tem sido considerada o melhor momento para o indivíduo iniciar sua emancipação mediante a função liberatória da palavra. Segundo especialistas, entre os oito e treze anos estaria a faixa de idade em que as crianças revelariam maior interesse pela leitura. Richard Bamberger reforça, no livro Como incentivar o hábito da leitura, a idéia de que é importante habituar a criança às palavras: "se conseguirmos fazer com que a criança tenha sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem [...], estaremos promovendo o seu desenvolvimento como ser humano". Confiando nessa idéia, pesquisadores têm se empenhado em mostrar aos pais e professores a importância de se incluir o livro no dia-a-dia da criança, salientando as vantagens únicas da literatura em relação a outros veículos de comunicação, principalmente em relação à flexibilidade e ao poder de escolha do leitor.

Maria Helena Martins chama a atenção para o contato sensorial estabelecido com o objeto livro que pode revelar "um prazer singular" na criança. Por meio dos sentidos, a criança é atraída pela curiosidade, pelo formato, pelo manuseio fácil e pelas possibilidades emotivas que o livro pode conter. A autora afirma que "esse jogo com o universo escondido no livro" pode estimular no pequeno leitor a descoberta e o aprimoramento da linguagem, desenvolvendo sua capacidade de comunicação com o mundo. Esses primeiros contatos despertam na criança o desejo de concretizar o ato de ler o texto escrito, facilitando o processo de alfabetização. A possibilidade de que essa experiência sensorial ocorra será maior se mais freqüente for o contato da criança com o livro.

No ambiente escolar, no entanto, o contato da criança com o livro se concretiza, na maior parte das vezes, com as cartilhas por sua vez criticadas em diversos aspectos. Um deles, mais próximo ao foco deste texto, diz respeito à fragmentada e lacunar experiência que tais livros propiciam ao aluno, muitas vezes atuando mais como empecilho do que como estímulo à leitura de livros, de maneira geral. Mas, apesar de problemas estruturais como esse, é na escola que as crianças aprendem a ler. O ambiente escolar tende a proporcionar o primeiro e por vezes único contato das crianças com a literatura. E a relação entre a escola e a literatura vai mais além: a proposta subjacente a ambas é a formação da personalidade, pois as duas instituições voltam-se à formação do indivíduo. A escola, por ser estruturada com vistas à alfabetização e tendo um caráter formativo, apresenta-se como ambiente privilegiado para a formação do leitor. Outros ambientes capazes de auxiliar nessa tarefa, como o familiar, podem, eventualmente, não estar direcionados nesse sentido. Já a escola, mesmo com suas limitações, mantém-se como espaço reservado à iniciação da leitura.

Para formar leitores, a escola se utiliza basicamente de um material determinado e de profissionais encarregados de instruir sobre o uso desse material. Para sua formação leitora, é imprescindível que a criança conheça livros de caráter estético, diferentes dos pedagógicos e utilitaristas, usados na maioria das escolas. O livro estético (de ficção ou poesia) proporciona ao pequeno leitor oportunidade de vivenciar a história e as emoções, colocando em ação a capacidade de imaginação e permitindo uma visão mais abrangente do mundo.
A importância da obra de ficção na escola é problematizada por Regina Zilberman, que vê na natureza formativa um aspecto em comum entre a literatura e a escola. A autora salienta que a literatura tem "amplos pontos de contato" com o cotidiano do leitor; independentemente da fantasia do leitor e da discrepância em relação ao contexto em que uma obra é concebida, mantém-se a comunicação com o destinatário atual (o jovem leitor). As obras de ficção ajudam o leitor a conhecer melhor seu próprio mundo. No entanto, o caráter formador da literatura difere de certa função pedagógica: enquanto o "pedagogismo" se empenha em ensinar transmitindo conceitos definidos, a ficção estimula o desenvolvimento da individualidade; não se pode definir ao certo o que a literatura irá ensinar ao leitor. A criança terá mais estímulo imaginativo com a ficção do que com os conteúdos curriculares convencionais.

Entretanto, se os professores oferecem às crianças livros inadequados ou desinteressantes, estão desestimulando a leitura, correndo o risco de perder para sempre um leitor em formação. Mas, se consegue leitura, a escola pode suscitar o gosto pelo livro, que tende a ser cultivado nas fases posteriores do desenvolvimento. Para isso, é preciso ajustar o conteúdo das leituras às necessidades e interesses do pequeno leitor.

A poesia infantil poderia ser o gênero escolhido para dar início à difícil tarefa de despertar o gosto pela leitura, pois a poesia é, para vários autores, o único gênero capaz de despertar leitores em qualquer fase ou faixa etária de leitura. O vínculo da criança com o texto poético começa cedo. As cantigas infantis e as parlendas, por exemplo, introduzem elementos poéticos logo no início da vida (aliterações, ritmo, e outras formas estruturais básicas da poesia). Marcas da poesia popular também são constantes na tradição da oralidade brasileira e indicadoras de um estágio inicial de literatura.

Nos primeiros anos de escolarização, o trabalho do professor com a linguagem é predominantemente oral e mnemônico. A memorização de quadras com apoio em narrativas é exemplificada por Lígia Averbuck como "um tipo de poesia em que a narrativa encadeada a uma história se associa às rimas, às sonoridades e ao ritmo da frase". Também no que se refere ao aprendizado da poesia em séries iniciais, o pesquisador George afirma que "na fase da infância é que se apreende melhor o caráter lúdico que a linguagem toma em certos usos. A parlenda oferece uma quantidade de exemplos que permitem compreender como a palavra pode jogar com ela mesma". O jogo de palavras, o ritmo, a sonoridade que fazem o encanto do texto poético são também apreciados espontaneamente pelas crianças desde cedo.

O trabalho inicial com poesia é o da sensibilização, da descoberta do jogo das palavras (fase fundamentalmente lúdica). Neste sentido, a escola deveria recuperar o conteúdo lúdico da poesia e resgatar sua natureza original. A criança de séries iniciais pode, por meio da poesia, exercer sua imaginação descompondo textos, relacionando o poema a outras formas de expressão, ouvindo-o e repetindo-o, descobrindo seus paralelismos, reinventando-os. Para que isso ocorra é preciso que o professor, na sala de aula, crie o clima capaz de assegurar ao trabalho de exploração do texto poético todas as possibilidades de inventividade, desde a utilização de elementos visuais, como os desenhos, os jogos visuais, as representações plásticas variadas, até as atividades rítmicas e os jogos com as palavras do poema.

No entanto, em recente pesquisa, realizada em 2000 pela Universidade Estadual Paulista - Unesp, indica o pouco uso do texto poético em séries iniciais. Dentre os obstáculos estão professores inseguros, mal preparados, desconhecedores de concepções e modos de ensino com poesia, utilizadores de manuais didáticos metodologicamente equivocados e de textos poéticos com uma conotação estritamente pedagógica. Analisando as práticas de um conjunto de 45 professores de séries iniciais atuantes em Presidente Prudente - SP, aponta que embora todos percebam a popularidade e o gosto pelo texto poético entre os alunos, estes professores sentem-se incapazes de desenvolver um trabalho com poesia em sala de aula. Todos os professores afirmam que sua formação não os preparou para isso e que o livro didático não apresenta sugestões de trabalho nessa linha. A pesquisa revela ainda que nos cursos de formação em nível médio e superior do professor de séries iniciais, o ensino de Língua Portuguesa com inclusão específica de Literatura Infantil e, conseqüentemente, de Poesia Infantil não existe ou, quando aparece, prioriza conteúdos exclusivamente pedagógicos, deixando de lado os estéticos.

"A poesia infantil poderia ser o gênero escolhido para dar
início à difícil tarefa de despertar o gosto pela leitura."
A formação teórica deficitária do professor justifica uma série de equívocos cometidos em sala de aula. Aspectos problemáticos ficam evidentes, a começar pelo livro didático. Tais manuais cometem equívocos metodológicos, limitando a definição de poesia a um tipo de composição em versos e estrofes, com rima. Todos os livros analisados nestas pesquisas sugerem uma seqüência repetida de atividades: identificação do tema do texto, estudo do vocabulário, interpretação, estudo de gramática, aprendizagem de ortografia e produção de textos. Tais atividades mais reduzem o valor do texto poético do que proporcionam prazer na leitura da literariedade destes poemas.

Sobre o uso pedagógico do texto poético em sala de aula, encontramos nos estudos de Maria da Glória Bordini uma relação entre o ensino da poesia infantil e a trajetória histórica da visão de mundo veiculada por ela. A autora afirma que, desde os séculos XVIII e XIX, a visão de mundo mostrada pela poesia infantil é tendenciosa e falseadora de uma realidade a favor dos pais e mestres. O mundo, nessa tradição, é denotado de forma simplista, redutora das complexidades sociais. Sob a máscara do cômico e do ilogismo se ocultariam as contradições e desigualdades. Na modernidade, a visualização de mundo muda drasticamente, as normas da sociedade adulta são contestadas por sujeitos líricos bastante sintonizados com o mundo e com o modo de ser das crianças. A poesia infantil dos dias de hoje reforça as indagações feitas na modernidade, com humor peculiar e com formas diferenciadas, versos livres, poemas concretos, entre outros expedientes, abrindo espaço para o novo, para o prazer e para a reflexão.

No entanto, as aulas de poesia descritas nas pesquisas anteriores não permitem aos leitores questionar estas mudanças e ideologias. As crianças não percebem os aspectos estéticos do texto poético, pois não contemplam o momento da leitura da literariedade. As metodologias descritas acima prevêem apenas os passos para uma abordagem artificial da poesia.

"A poesia infantil dos dias de hoje reforça as indagações feitas na modernidade,
com humor peculiar e com formas diferenciadas."
Quatro momentos deveriam fazer parte da rotina da sala de aula ao se ensinar poesia: o primeiro momento é o da leitura contemplativa, quando o leitor é sensibilizado pelas impressões e emoções estéticas do texto (fruição-prazer). O segundo sugere que os alunos elaborem uma paráfrase, ou seja reescrevam a poesia com suas próprias palavras, que os auxiliará a localizar indícios importantes para a análise. Depois, o professor deveria situar o autor e a obra, discutindo os aspectos pragmáticos do texto, explicitadores do movimento social da criação. O terceiro momento é o da análise, ou seja, da decomposição do poema em diversos níveis, para uma posterior composição final do sentido total e unitário do texto. Tal análise se dá nos seguintes níveis: 1. visual, da composição do poema no espaço; 2. fônico, da organização dos sons (assonâncias, aliterações etc.); 3. léxico, dos termos usados (técnicos, neologismos etc.), do nível de linguagem etc.; 4. morfossintático, das classes de palavras e de suas combinações (predomínio de substantivos, adjetivos etc.); e 5. semântico, dos efeitos de sentido, as figuras de linguagem. O quarto é definido por síntese. Esta atividade prevê que professores e alunos discutam todos os constituintes do poema para chegar a uma interpretação crítica finalizadora do ato da leitura.
Como introduzir esta metodologia em salas de alfabetização?
A resposta inicial seria: brincando. O professor deve perceber no exercício diário da leitura de poemas que os elementos que aproximam o ser humano do poético são as emoções e a sonoridade. A aprendizagem pode ganhar um colorido especial por intermédio do ensino da poesia, pois a criança tem afinidade com o humor, com o belo, com a fantasia, com o lúdico. Cabe ao professor entrar neste mundo particular, onde sonho e realidade se juntam num universo de sensações e desejos para, a seguir, brincar. Como, então, brincar com poesia? Alguns elementos devem ser explorados antes do trabalho de criação de poesias. Inicialmente, podemos levar nossos alunos a descobrir a sonoridade mediante um resgate das cantigas de roda, que utilizam na sua estrutura repetições cadenciadas. Podemos cantar, do pátio para a sala, uma música que será tema de um trabalho com linguagem escrita e leitura. Exemplos:


Galinha do vizinho
A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho.
Bota um, bota dois,
Bota três, bota quatro,
Bota cinco, bota seis,
Bota sete, bota oito,
Bota nove, bota dez!
Transformação:
A galinha do João
Bota ovo de pavão.
Bota um, bota dois,
....
Bota nove, bota dez!
Ou:
A galinha da Ivete
Bota ovo de chiclete.
Bota um, bota dois,
....
Bota nove, bota dez!
A galinha pode ser de cada criança da sala e, em um exercício divertido, o aluno deve pensar na rima para seu nome. Não achando, pode colocar seu nome no aumentativo ou diminutivo e procurar uma nova rima. Além de um processo instigante de procurar e descobrir palavras com sons finais semelhantes (rimas), trabalha-se com o que alguns já conhecem, as cantigas de roda, e, portanto, recupera-se a cultura oral. O vocabulário do aluno tende a aumentar, pois ouvirá as rimas para os nomes dos colegas. O professor pode aproveitar esse momento e escrever uma lista com nomes próprios e rimas na lousa. A galinha pode vir a ser tema de leituras posteriores. O docente pode ler em voz alta fábulas que tenham o tema galinha, como A galinha alinhada (Elias José). O trabalho com o texto, as conversas sobre a música, os personagens das cantigas tendem a desenvolver a imaginação, a criatividade, a expressão e a oralidade.

Um outro tipo de texto a ser explorado são as adivinhas. As adivinhas são perguntas ou declarações de forma enigmática a serem respondidas. Os alunos podem ser estimulados a coletar este tipo de texto com familiares, para, em outro momento, compartilhar por meio da leitura as mais diversas indagações. Exemplo:


O que é, o que é,
Uma casinha branca
Sem porta
Sem tranca?
(O ovo)
As parlendas também são textos de que as crianças gostam muito. Mais uma vez, os motivos desta identificação são os elementos de sonoridade e a familiaridade com o texto. Exemplo:
Um dois, feijão com arroz
Três quatro, feijão no prato
Cinco seis, feijão inglês
Sete oito, comer biscoito
Nove dez, comer pastéis
Em seguida, viriam os trava-línguas. Trava-língua é um pequeno texto, rimado ou não, e de pronunciação difícil. Exemplo:
O sabiá não sabia.
Que o sábio sabia.
Que o sabiá não sabia assobiar.
Durante ou depois da leitura e do trabalho com esses textos, a ação de ler um livro de poesia e ler para as crianças tende a ser representativa. Outra atividade sugerida é a leitura do "poema do dia". A atividade consiste em ler um poema todo dia. O professor deve estabelecer um momento para a leitura da poesia. No início, o poema que será lido é selecionado pelo professor, depois os alunos serão convidados a trazer poemas diferentes. O docente pode perguntar o por quê da escolha, para estimular a criticidade e incentivar o gosto pela leitura de textos poéticos. Nessa atividade, o poema é somente lido em momento de descontração e não deve ser copiado, trabalhado, somente lido, pois, segundo Bartolomeu Campos Queiroz: "quando transformamos a literatura em instrumento pedagógico, estamos enfraquecendo-a".

Neste sentido, ressaltamos a importância do trabalho com poesia infantil em salas de séries iniciais. Os objetivos foram colocados no decorrer deste texto, e finalizamos destacando a formação de leitores críticos, começando pelos docentes e seguindo pelas crianças. Uma de nossas funções como professores é tentar levar nossos alunos para uma viagem mais profunda, aquela viagem poética, que ensina a Arte e revela a condição libertadora da linguagem, só alcançada na poesia.

De ramo em ramo,
Meio sem rumo,
Passa pulando
Pelo pessegueiro
Um passarinho.
No parque,
ele passa
e pula e pia
e não pára
pra pegar
um pêssego.
Que pressa é essa,
Passarinho?
Pare um pouco
pra prosear,
passarinho.
Mas se não pode
Parar um pouco,
que voe em paz
e pule sempre
e sempre pie,
passarinho.
(Elias José)
A escola, através da concepção equivocada de poesia não pode se tornar "gaiola" ou "aquário". No entanto, a poesia pode ser ensinada, para desencadear em seus leitores processos emocionais que favorecem a liberdade de criação, libertam o "eu", mostram (como no poema de Elias José) aos alunos outros espaços até então desconhecidos, "que se descobre, e, assim, se desaliena". Cabe a nós, professores, iniciarmos o trabalho com texto poético para darmos asas à leitura, à reflexão, à descoberta, ao dizer, à recriação.

Renata Junqueira de Souza é professora do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), doutora em Teoria da Literatura, pós-doutorado em Literatura e Educação na Universidade de British Columbia, Vancouver, Canadá, especialista em Literatura Infantil, coordenadora do Laboratório de Leitura e Arte-Educação da FCT/UNESP.

Caroline Cassiana Silva dos Santos é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia - Universidade Estadual Paulista (FCT/UNESP) - São Paulo/Brasil, onde desenvolve pesquisa intitulada "Literatura infantil e formação de professores: possibilidades para o uso do texto literário fantástico em sala de aula", que conta com financiamento da FAPESP.

Como desenvolver o hábito da leitura de poesia em sala de aula



Como desenvolver o hábito da leitura de poesia em sala de aula

Luciana Cláudia de Castro Olímpio
 
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA

I


“A poesia sensibiliza qualquer ser humano. É a fala da alma, do sentimento. E precisa ser cultivada.”
Afonso Romano de Sant’Ana

Mesmo sabendo da importância da poesia na vida dos seres humanos como mostra acima Afonso Romano, muitas escolas esqueceram-na, principalmente nas séries iniciais, dando mais espaços, entre aspas,   para coisas mais importantes e mais sérias, como também para textos em prosa, privando os alunos dessa “experiência inigualável”, conforme caracteriza Maria Helena Zancan Frantz (1998, p. 80)
Neste artigo, enfatiza-se a necessidade de educadores,  principalmente nas séries  inicias, pois o aluno só cria hábito se for iniciada desde de muito cedo, trabalharem com poesia na sala de aula ou fora dela.
O objetivo não é transformar os discentes em grandes escritores de poemas, até porque precisa-se ter dom para esta arte, mas sim transformá-los em leitores aptos a interpretar e compreender o que o poeta quis transmitir  em meio aos versos, além de propor que os educandos não percam a poesia que nasce neles desde quando as mães cantavam cantigas de ninar para que dormissem e depois quando brincavam de cantigas de roda, adivinhas, trava línguas etc..
Com esse objetivo, proponho alternativas de trabalhos com poesia e didáticas para implantação tanto no Ensino Fundamental como para o Ensino Médio baseadas nas idéias dos escritores relacionados no parágrafo abaixo.
Vários autores vêm pesquisando as questões da leitura e de trabalhos de poesias em sala de aula como Pinheiro (2002), Micheletti (2001), Frantz (1997), Cunha (1986) e investigam as dificuldades que os alunos  possuem de interpretar estes textos,  não só pela falta do conhecimento prévio, mas também pelo pouco  contato  que eles têm com a poesia.

Metodologia

Atualmente, a prática da leitura de poesia está um pouco esquecida nas escolas. Isso ocorre devido ao pouco contato, desde os primórdios de sua formação, dos educadores de Língua Materna.
“Está claro que a personalidade do professor e particularmente, seus hábitos de leitura são importantíssimos para desenvolver os interesses e hábitos de leitura nas crianças, sua própria educação também contribui de forma essencial para a influência que ele exerce.” (Banberger, 1986)
Sem trair o escritor estudado, posso afirmar que se o professor não tiver um hábito de ler poemas e não se sensibilizar ao  ler uma poesia, dificilmente conseguirá despertar esse interesse em seus alunos como afirma Cunha (1986, p. 95):
“... se o professor não se sensibilizar com o poema, dificilmente conseguirá emocionar seus alunos.”
Sabidos de que a poesia é um dos gêneros literários mais distantes da sala de aula, é preciso descobrir formas de familiarizar e de aproximar as crianças e os jovens da poesia. E essa forma de familiarização e aproximação deve ser feita com parcimônia  e através de um planejamento para evitar as várias afirmações de que os poemas são de difíceis interpretações e entendimento.
Pinheiro (2002, p.23)  afirma que “... a leitura do texto poético tem peculiaridades e carece, portanto, de mais cuidados do que o texto me prosa.”
Assim a poesia não é de difícil interpretação, apenas necessita de mais cuidado e atenção para que ocorra um entendimento da mesma. A aprendizagem da interpretação da poesia compreende  o desenvolvimento de coordenar conhecimentos dos vários sentidos que um texto poético proporciona.
Uma forma para melhorar  a aprendizagem é a aproximação constante da poesia, como também a utilização do conhecimento prévio. O conhecimento prévio engloba o conhecimento lingüístico, que abrange desde o conhecimento sobre pronunciar o português, passando pelo conhecimento de vocabulário e regras da língua, chegando até o conhecimento sobre o uso da língua. O conhecimento do texto, que se refere as noções e conceitos sobre o texto, e, por último, o conhecimento de mundo, que é adquirido  informalmente através das experiências, do convívio numa sociedade, cuja ativação, no momento oportuno, é também essencial à compreensão de um poema.
Se estes conhecimentos não forem respeitados,  o entendimento e a compreensão do poema pode realmente ficar prejudicada, e assim, como foi dito anteriormente,  de difícil interpretação.
Como exemplo do que foi exposto no parágrafo anterior, coloco excerto do poema “Balada do amor através das idades”, de Carlos Drummond de Andrade (Cinco Estrelas, 2001, p. 26).
“Eu te gosto,  você me gosta  
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana
Troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
Para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.

(...)

Mas depois de mil peripécias,
Eu, herói da Paramount,
Te abraço, beijo e casamos.

A compreensão do poema acima pode ficar comprometida se o leitor não tiver um dos conhecimentos acima citado. A poesia de Drummond exige do discente um bom conhecimento de mundo e da história para que ele entenda a poesia, pois nela é citado, de certa forma, a Guerra de Tróia, os costumes romanos como também expõe o nome de um dos mais poderosos estúdios de Hoolywood, dando referência aos finais felizes dos filmes.
Para amenizar os problemas do distanciamento, de interpretação e de compreensão poética, é necessário que o professor compreenda que o ato de interpretar um poesia não pode ficar restrito a sua forma  de apresentação sobre uma página, ou seja,  como ocorre  a disposição das palavras, dos versos, das rimas e das estrofes, e nem somente pelos questionamentos apresentados nas atividades  de interpretação propostas pelos livros didáticos, pois as perguntas são impressionistas. Assim afirma Micheletti (2001, p. 22):
“Freqüentemente a interpretação textual dadas nos livros e materiais afins  tem um caráter ‘impressionista’, ou seja,  o autor das questões propostas ou dos comentários, registram as suas intuições, as suas impressões sobre o texto.”
É necessário ressaltar que o professor deve partir de uma leitura poética do mundo, fazendo da poesia motivo de apreciação lúdica e de motivação para a produção de intertextualidade ( relação existente entre textos diversos, da mesma natureza ou de naturezas diferentes e entre o texto e contexto) e de muitas outras formas de criar com seriedade, mas brincando com palavras.
Segundo Elias José (2003, p. 11) , “vivemos rodeados de poesia”, ou seja, poesia é tudo que nos cerca e que nos emociona quando tocamos, ouvimos ou provamos, poesia é a nossa inspiração para viver a vida.
Conforme Elias José (2003, p. 101), “ser poeta é um dom que exige talento especial. Brincar de poesia é uma possibilidade aberta  a todos.”. Então, se todos podemos brincar de poesia, por que não trabalharmos a poesia de forma lúdica?
Assim proponho atividades que oportunizem momentos lúdicos aos alunos, tendo em vista exercícios de imaginação, de fantasia e de criatividade e ao mesmo tempo mostrar a vida de uma forma mais poética, com maior liberdade para construir seu conhecimento.
Todas as estratégias capazes de aguçar a sensibilidade da criança e do adolescente para a poesia são válidas. É interessante para isso, que a poesia seja freqüentemente trabalhada para que ocorra um interesse por ela.
Um dos processos para o educador iniciar este trabalho, é ele fazer uma sondagem para descobrir os temas de maior interesse dos alunos, proporcionando uma maior  participação. Este levantamento pode ser de forma direta, através de pequenas fichas ou ouvindo e anotando as  temáticas preferidas dos alunos. Outro método é descobrir os filmes, os programas de rádios e de televisão que mais gostam. Isso é necessário para o professor saber que tipo de poesia pode levar para a sala de aula. Vale ressaltar que cada sala tem um gosto diferente. No entanto não se pode prender-se somente aos temas escolhidos pelos discentes. A variedade e a novidade também são métodos eficazes para a aprendizagem.
Faz-se necessário, antes de iniciar as atividades poéticas, preparar um ambiente adequado,  principalmente nas séries  iniciais, para que os alunos sintam-se a vontade para recitar e interpretar os textos poéticos. Além de uma biblioteca agradável, ventilada, espaçosa e com um acervo bem variado para que os estudantes possam escolher livremente na prateleira o livro que quiser.
Trabalhar com poesia em pares é muito interessante. Este trabalho é realizado de duas maneiras: primeiro, através da leitura da poesia, depois são propostas as atividades interpretativas, nada de questões objetivas, já que cada pessoa interpreta um texto de forma diferente, mas de maneira coerente.As duplas conversam sobre o texto, analisam as possibilidades possíveis e escrevem o que foi apreendido.
É através das diferenças individuais que a troca de experiências vai sendo edificada, como também  a partir da reflexão e da construção social do conhecimento sustentada pela interação dos indivíduos envolvidos. Essa interação entre os sujeitos é fundamental para o desenvolvimento pessoal e social, pois ela busca transformar a realidade de cada sujeito, mediante um sistema de trocas.
É proveitoso ressaltar também que construir um cantinho para fixar vários tipos de poesia é um método eficaz para o incentivo da leitura e interpretação poética, pois quanto mais se lê, mais se aprende e cria o hábito da leitura não só de poesia como de outros   tipos de textos.  Pinheiro (2002, p. 26) afirma que:
“Improvisar um mural, onde os alunos, durante uma semana, um mês, ou o ano todo colocam os versos de que mais gostam (...) de qualquer época ou autor, são procedimentos que vão criando  um ambiente (...)  em que o prazer de lê-la passa a tomar forma.”
Não satisfeita ainda com as metodologias apresentadas, proponho mais alguns métodos que são incentivadores para a prática da leitura de poesia, como o momento poético, a poesia e as datas comemorativas e a apresentação da poesia em forma de dança, desenho ou interpretação teatral.
O primeiro, momento poético, é um artifício aplicado em sala de aula, em que os estudantes, dispostos de forma bem a vontade, sentados no chão ou em almofadões, se a escola possuir, uma música suave ao fundo, recitam poesias de preferência pessoal, ligadas, de preferência ao momento literário estudado, buscando, junto aos colegas, descobrir a mensagem transmitida pelo autor da poesia. O segundo, a poesia  e as datas comemorativas, apesar de ser bastante criticada, também é uma forma proveitosa  de aprender a gostar e interpretar a poesia. Como é o caso do dia 07 de Setembro em que os brasileiros mostram seu patriotismo comemorando a independência do Brasil. O mestre pode trabalhar  a poesia de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio” ,  fazendo primeiramente uma leitura crítica, levando os discentes a observar a poesia e fazer um paralelo da época em que a canção  foi feita e se a terra natal (Brasil) hoje é tão perfeita como apresenta Gonçalves Dias em sua poesia.
Trabalhar a poesia ligada as datas comemorativas só se torna enfadonho,  pouco proveitoso, sem criatividade e método empobrecido, quando  a poesia só é lembrada nestas datas.
O último método citado neste artigo, é a apresentação da poesia em forma de dança, desenho ou interpretação teatral. Um exemplo do primeiro, a dança pode ser  representada pela poesia “A Bailarina”,  de Cecília Meireles, em que as crianças ou adolescentes podem formar um grupo de dança, todas vestidas de bailarina, para interpretar corporalmente a poesia abaixo que deve ser recitada por um outro estudante. Não é obrigatório o professor trabalhar com esta poesia, ela pode ser substituída por outra, tudo depende do docente ou dos alunos.
“Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Não conhece nem dó nem ré
Mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá.

Não conhece nem lá nem si
Mas fecha os olhos e sorrir.

Roda, roda, roda com os bracinhos no ar
E nem fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
E diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
E também quer dormir como as outras crianças.

No caso do desenho, ótimo método para se trabalhar tanto nas aulas de Língua Portuguesa como nas de Artes. Os alunos em grupo tentam interpretar a poesia lida através do desenho, para depois apresentar aos colegas de sala para também ser analisada por eles. Depois os desenhos podem ser colocados ao lado da poesia referente a cada um e exposto em um mural em toda a escola ou só na sala de aula.
O “Soneto”, de Álvares de Azevedo, pode ser um exemplo para ser apresentado em forma de teatro lido. O narrador representa o eu lírico, lendo a poesia enquanto uma aluna representa a mulher recitada nos versos.
“ Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! Na escuma fria.
Pela maré das águas embaladas,
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se balançava e se esquecia!

Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti -  as noites eu velei chorando;
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!”

Estas aulas anteriormente citadas são bem lúdicas. Os alunos aprendem em grupo,  de forma bem participativa, a interpretar e compreender as poesias  tendo contato com as idéias dos amigos de sala.
As poesias também podem ser trabalhadas como ajuda para produções de textos, como é o caso das poesias de Manuel Bandeira, grande escritor do Modernismo brasileiro, “O Bicho” ( retrata a desigualdade social), “O Poema tirado de uma notícia de jornal (incentiva a produção de uma narração relatando o cotidiano  humilde das pessoas desprestigiadas socialmente) e para finalizar, tem-se “Irene Preta” (retrata o preconceito racial).
Este trabalho exige que o aluno descubra qual o tema apresentado na poesia, para depois escrever, de acordo com o gênero exigido, o texto.
A poesia pode ser trabalhada não só nas aulas de Língua Portuguesa, mas também nas aulas de História, Geografia e outras como é o caso da poesia “A Rosa de Hiroxima”, de Vinícius de Moraes, que retrata o triste acontecimento da explosão da bomba atômica em Hiroxima.
“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume
Sem rosa sem nada

Esta poesia, como foi dito acima, pode ser trabalhada numa aula de história, que o professor, através dos versos, pode explicar todo o conteúdo desse aterrorizante acontecimento. Pode explicar,  por exemplo, por que o poema se chama  A Rosa de Hiroxima, como também explicar que os escritores modernistas  transplantavam o momento vivido para as poesias, como é o caso de Vinícius.

Conclusão

Os professores devem trabalhar poesias e textos poéticos com seus alunos pois estes vêm sendo indicados como um dos meios mais eficazes   para o desenvolvimento das habilidades de percepção sensorial da criança e do adolescente, do senso estético e de suas competências leitoras e, conseqüentemente, simbólicas.
A interação com a poesia é uma das responsáveis pelo desenvolvimento pleno da capacidade lingüística  da criança e do adolescente, através do acesso e da familiaridade com a linguagem conotativa, e refinamento da sensibilidade para a compreensão de si própria e do mundo, o que faz deste tipo de linguagem uma ponte imprescindível entre o indivíduo e a vida.

Referências Bibliográficas

AMARAL, Emília; ANTÔNIO, Severino; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo. Novas Palavras: Literatura Gramática, Redação e Leitura. São Paulo: FTD, 1997 – Coleção Novas Palavras, V.2, p. 60.  

CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: Teoria & Prática. 5ª ed. São Paulo: Ática, 1986.

FRANTZ, Maria Helena Zancan. O Ensino da Literatura nas séries iniciais. 2ª ed. Ijuí: Unijuí, 1997.

JOSÉ, Elias. A poesia pede passagem: um guia para levar a poesia às escolas.  São Paulo: Paulus, 2003.

In: MACHADO, Ana Maria. Cinco estrelas. Literatura em minha casa.  V.1. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

In: MICHELETTI, Guaraciaba (Coord.) Leitura e Construção do real: o lugar da poesia e da ficção.  2ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. (coleção aprender e ensinar com textos, v. 4)

In: PINHEIRO, Helder; BANBERGER, Richard. Poesia na sala de aula. 2ª ed., João Pessoa: Idéia, 2002.


Luciana Cláudia de Castro Olímpio é professora da rede estadual de ensino do Estado do Ceará. Graduada e pós-graduada em Letras pela Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, sob a orientação do professor Vicente Martins.