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sábado, 13 de novembro de 2010

O que é Folclore


Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.

As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.

Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.





"Folclore não é apenas folguedos e festas. É a história construída pelos anseios, aspirações e esperanças de um povo, é uma linguagem na qual se manifesta a unidade que mobiliza multidões, que busca a sua verdade na identificação da cidadania, preservando seu valores e mantendo vivas suas raízes através das gerações"





O termo folk-lore foi criado pelo antiquário inglês, William John Thoms, que nasceu em 1803 e morreu em 1885. em 22 de agosto de 1846, William, usando o pseudônimo de Ambrose Merton, publica um artigo com o título Folk-lore, na revista The Athenaeum, de Londres. Propunha o termo, como expressão técnica apropriada ao estudo das lendas, tradições e da literatura popular, tendo essa definição o significado de "a sabedoria do povo"

William John Thoms, como era antiquário, associou o folclore às antiguidades populares, e essa associação permaneceu, sob muitas formas, em diversos conceitos do folclore.

Folk quer dizer povo, nação família; Lore significa instrução, conhecimento, saber, portanto, Folk-lore ou Folclore quer dizer a ciência ou sabedoria popular.

• Adivinhas

• Simpatias e crendices

• Brinquedos populares

• Lendas Brasileiras

• Lendas Gaúchas

• Lendas Gabrielenses

• Ciclo junino

• Carnaval

• Contos Folclóricos

• Mitos

• Dicionário de Folclore para Estudante

• Literatura de cordel

• Comidas típicas

• Parlendas

• Trava línguas

• Provérbios

• Músicas

• Brincadeiras

• Danças Comidas Caseiras típicas.

• Remédios, chás Medicinas. Medicina Popular.

• Frases de caminhão

• Nomes Curiosos

• Ditados Populares

• CRENDICES

• Ninguém é obrigado a crer nisso, mas às vezes acontece!


• CRENDICES SOBRE A MORTE

• A morte sempre assusta... por isso surgem as crendices.


• DITADOS

• Na boca do povo.


• EXPRESSÕES POPULARES

• Como o Zé povão se expressa no dia a dia de sua vida corrida.


• LENDAS E MITOS DO FOLCLORE

• Conheça aqui as lendas do nosso povo.


• NO PARA-CHOQUE

• Frases engraçadas, nos para-choques de caminhão.


• NOMES CURIOSOS

• Você gosta do seu nome? É original como estes aqui da lista?


• PROVÉRBIOS

• A sabedoria de todos os tempos e de todos os povos.


• SIMPATIAS

• Experimente a eficácia destas simpatias? Não custa nada.





SIMPATIAS PARA O CASAMENTO

para trazer sempre muita felicidade

Em seu jardim ou quintal, plante uma muda de jasmim. E sempre que regar essa planta, fale para ela: "Meu jasmim, traga sempre as flores e o perfume da felicidade para o meu casamento".



para manter o marido apaixonado

Na primeira sexta-feira do mês, apanhe uma cueca nova do seu marido (tem que ser nova mesmo) e use-a por um dia (como se fosse uma calcinha). No dia seguinte, lave-a com água levemente açucarada. Deixe-a secar à sombra. Assim que a cueca estiver seca, faça com que seu marido a use.



para afastar o(a) amante dele(dela)

Em água corrente ou no mar, jogue três punhados de sal. A cada punhado de sal jogado, observando o sal desmanchar-se na água, diga: "Assim como o sal se desmancha na água, a amizade de (fale o nome do(a) marido(esposa) e de (fale o nome do(a) amante) haverá de se desmanchar."





























para não ocorrerem mais brigas 1

Num pedaço de papel branco, escreva o nome de seu marido e, em cima do nome dele, escreva o seu. Coloque esse papel num vidro claro. Mas preste atenção: o papel tem que ficar com as bordas para cima, encostadas nas 'paredes' do vidro. Depois, coloque nesse vidro mel de abelha até cobrir as pontas das laterais do papel, e aí diga: "Salve o povo cigano!"

Por fim, tampe o vidro e o enterre no jardim de sua casa. Se não tiver jardim, enterre-o num vaso de flores e coloque esse vaso no lado esquerdo (de quem entra) da porta de entrada de sua casa.



para não ocorrerem mais brigas 2

Com uma fita branca de 2 metros de comprimento por 2 centímetros de largura, tire as medidas dele (ou dela) quando estiver dormindo. Corte o pedaço que sobrar na medida. Faça 7 nós na fita da medida, dizendo em cada nó: "Briga vai, briga vem, faça com que eu não brigue mais com o meu bem." E coloque a fita sob o travesseiro dele (ou dela). No dia seguinte, enterre a fita num lugar onde você jamais irá passar outra vez.













Objetivos:

Despertar que todo o qualquer ser humano tem sua própria cultura.

: Vamos aprender mais sobre folclore

-Vamos aprender mais sobre comidas caseiras e típicas remédios, chás medicinal e popular.

-Vamos aprender mais com essas figuras divertidas

: Nós imaginamos que o nosso projeto e será um sucesso.

: O Brasil apresenta grande diversidade, seu folclore é riquíssimo.O folclore

é passados que precisa ser cultivado para que não se perca, são historias representativas de diversas comunidade.

Estudar a cultura do outro é viajar pela história humana.

É sair do nosso mundo e conhecer o do outro, e ter a capacidade de expressar o mundo em que vivemos.



Desenvolvimento



Cada povo tem um jeito muito especial de compreender o que aconteceu em sua volta.

Para explicar fenômenos naturais, forças, desconhecidas ou para contar passagens importantes das nossas histórias as pessoas comuns de todas as raças e religiões criam muitas lendas, danças, músicas, hábitos e tradições.

O saber popular é aquele que atravessa o tempo pela comunicação oral das gerações sendo recontado, falado, declamado ou conto do boto, cuca, curupira, saci-perere, lobisomem, mula sem cabeça, existem na fantasia e imaginação de milhares de pessoas e fazem parte de alguma maneira da nossa memória, folclore, portanto é o conjunto de crenças, tradições, lendas, músicas, danças, adivinhações, brincadeiras, jogo, poemas, artesanatos, contos, enfim tudo o que faz parte da cultura e da memória de um povo no Brasil as fontes do folclore são três correntes que empurram pra sua formação:

-O português.

-O indígenas.

-O negro.



A ORIGEM DA PALAVRA



A origem do terno vem de uma palavra criada pelo inglês Willian John Thomas, em 22 de agosto de 1846.

Jok =povo

Lore =conhecimento, sabores.



Esta Data foi consagrada como o dia mundial do folclore.

Sabores bem brasileiros



Algumas comidas também fazem parte do folclore

E cada um dos estados brasileiros

Existem pratos típicos preparados de acordo com a tradição transmitidas de geração em geração muitos deles tem aromas e sabores únicos que tornam o cardápio brasileiro mais rico e saboroso, vamos conhecer algumas dessas delícias.



BRASILEIRÍSSIMOS



Hoje feijoada e uma frase comum nas Placas de restaurantes de todos os pais, as quartas-feiras e aos sábados sem duvidas a feijoada tornasse um habito tipicamente brasileiro esse prato tão popular surgido nas senzalas do Brasil colônia era preparado pelas cozinheiras negras com os miúdos de porco que eram preparados pelos donos de escravos com o tempo incorporou-se ao cardápio de todas as classes Sociais e saboreadas com a couve e farinha de mandioca.



O TEMPERO DO SUL



Quem não aprecia um belo churrasco? Pois essa tradição culinária acompanha muitas vezes pelo arroz de carreteiro, veio dos pampas gaúchos de terras ricas em gado.

No Paraná o prato típico é barreado uma mistura de carnes preparado em panelas de barro mandioca e banana.

Os catarinenses são especialistas em caldeiradas de peixes. A sobremesas maça.Receberam influências dos imigrantes alemães como as famosas tortas de maça.



OS QUITUTES DO SERTÃO

O Sertão Nordestino é famoso por seus quitutes entre eles, pratos a brasa de carne de sol e charque e iguarias preparadas com macaxeira e batata-doce, a buchada de bode ser feito em outras regiões do Brasil. No Rio Grande do Norte a sopa de girimum com leite é chamada de alambriga é uma das receitas mais tradicionais.

Buchada de bode é um dos pratos típicos do nordeste.



NOMES CURIOSOS

Alguns pratos têm nomes bem curiosos baião de duas comidas típicas Cearense nada mais e do que arroz cozido com feijão e toicinho o prato no

Típico da região norte e um doce tipicamente brasileiro feito com leite de coco ovos e açúcar mata-fome apreciado em Pernambuco, e um pequeno bolo em forma de coco.



SABOR APIMENTADO

A Culinária Baiana é uma das mais saborosas e apreciadas do Brasil

Não há quem visite a Bahia e deixe de provar o acarajé um bolinho preparado com feijão fradinho é servido com vatapá um creme temperado feito a brasa de peixe e crustáceos faz tanto sucesso que invade outras regiões do pais embora o baianos dizem que não existe acarajé como o da Bahia se você que pedir quente virá bastante apimentado se você não gosta de apimentado é melhor pedi-lo frio Xinxim de galinha, a moqueca de peixe, as cocadas são outras especialidades baianas.



TRADIÇÕES VIVAS

Nos estados que formam as regiões sul e sudeste apesar de crescente industrializações alguns dos antigos costumes se mantém vivos principalmente nossos municípios do interior a influencia dos imigrantes facilmente percebida.

BOMBACHA E CHIMARÃO

No Rio Grande Do Sul terras das pampas vários costumes são valorizados nos centros de tradições gaúchas CTGs . Homens usando chapéu e calças como a catira conhecida desde há época do Brasil Colonial ela é organizada em duas filas e o ritmo é marcado pelas palmas e batidas dos pés. A chimarita da organização é uma variação vem se tem; chimarrão um mate amargo e servido quente.



COSTUMES PRESERVADOS

Na região do vale do Paraíba, interiores paulista é possível acompanhar Moçambique uma dança com bastões, no interior do Paraná a tradição é o verão uma dança típica praticada em pares, em Santa Catarina é executada a dança de fitas uma tradição e o verão do topo de um mastro ficando no chão , saem fitas coloridas elas são seguradas por oito ou doze crianças que rodam em volta do mastro.



PLANTAS MEDICINAIS



As plantas curam.

O valor do cultivo é curativo das plantas sendo um tipo de medicação mais barata e quase sem efeitos colaterais.





As plantas medicinais são usadas a muitas gerações é uma tradição familiar e muito divulgada a plantas medicinais são aquelas que são usadas no tratamento de doenças. Ela tem nomes populares e são classificadas em grupos botânicos para evitar erros de identificação alguns cuidados são necessários: nunca utilize plantas de locais poluídos.

Evitar misturas de chás.

Procure sempre informações sobre as plantas medicinais.



CAMOMILA

Parte usada = folhas e flores

Bom para = acalmar dores intestinais e para digestão difícil, seu chá é um eterno calmante e um perfeito tônico auxilia em casos de cólicas menstruais e precoces ter atenção ao coar o chá, pois resíduos de podem causas dermatite e outros sintomas alérgicos em pessoas sensíveis.



CANELA

Parte usada: casca e folhas.

Bom para: bronquite, ulcerações das gengivas e da mucosa da boca, digestiva; gestantes não devem usar, pois causa irritação nas mucosas e na pele.



CAPIM LIMÃO

Parte usada: Folhas raízes

Bom para: baixar a febre e estado de ansiedade além de digestivo.



Alface

Indicado para pessoas excessivamente nervosas é eficaz contra, insônia, vertigens neurológicas intestinal reumatismos, hipocondria.



ALFAFA

Prioridades medicinais;



HORTELÃ

Prioridades medicinais: A hortelã especialmente a pimenta são dotados de prioridades antipações cavinantuva realmente no laves por fassorense realmente expectoração indican-se contra a catapora, as tosses rebeldes e a asma aliviam empatia e foiçar nervosos, intestinais combatem ainda os vermes intestinais das crianças estemente a infusão da hortelã misturada com óleo de oliveira é empregada contra a queimadura com bons resultados.





BOLDO

Incontável virtudes Atribuen-se às folhas de boldo, há venda nas casas de ervas terapêuticas tônicas e excitantes.



GUACO

Parte usada: Folhas

Propriedades terapêuticas: Broncodilatadores, expectorante, anti-séptico das vias respiratórias e cicatrizantes.





ALECRIM

Parte usada: Folhas

Bom para: Sistema nervoso age como tônico provoca leve-estimulação quando se sente cansaço físico e mental indicado também para falta de apetite e problemas-respiratórios decorrentes de gripe , é capaz de aliviar , gazes e cólicas mas o consumo demais duas ou três xícaras por dia pode irritar o estômago.





CONCLUSÃO:



Aprendemos com este projeto sobre comidas típicas e caseiras e medicinais.



Nós nunca fizemos um projeto melhor do que esse das lendas do folclore.

Vimos muitas figuras com a turma do sitío do Pica-Pau-Amarelo.

Gostamos de pesquisas sobre as lendas do folclore.

O reino da águas claras = As mil e uma noites do gênio = O pequeno samurai, e vem outra alegria por ai.





Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:

Alamoa



"Olhei-lhe pra cara Não tinha nariz Eram dois buracos De um chafariz"

(Costa, Pereira da. Folclore pernambucano, p.458)



Os antigos detentos do presídio da ilha de Fernando de Noronha contavam que nas vésperas de tempestades, quase sempre à meia-noite, aparecia na praia uma mulher lindíssima, muito alta, com longos cabelos louros e completamente nua, dançando ao som do bater das ondas, iluminada pelos relâmpagos. Seus pés pareciam não tocar no chão e sim flutar na areia. Era a alamoa, feminino de alamão [alemão], pois conforme a interpretação popular, mulher loura naquelas paragens só poderia ser alemã.



Sua forma varia. Algumas vezes ela é uma forma luminosa, multicolorida, outras vezes, atrai os homens e os seduz. Aqueles que sucumbem a seus encantos vêem-na se transformar em um esqueleto. Para alguns, é uma alma penada, à procura de um homem forte que a ajude a desenterrar um tesouro escondido.



A pedra do Pico é a sua morada. Em algumas noites, a pedra se fende, abrindo-se uma porta, por onde sai uma luz. A bela alamoa baila, atraindo sua vítima. Aqueles que entram em sua morada, logo constatam com horror a terrível transformação. Seus belos e brilhantes olhos transformam-se em dois buracos e ela vira uma caveira horripilante. Então, a fenda se fecha e o pobre homem nunca mais é visto. Seus gritos de pavor, no entanto, ainda ressoam no local durante muitos dias.



Para Pereira da Costa, trata-se de uma reminiscência do tempo dos holandeses. Luís da Câmara Cascudo a caracteriza como uma convergência de várias lendas de sereias e iaras estrangeiras. O tema da mulher sobrenatural que atrai e seduz os homens, transformando-se a seguir, é comum e recorrente no imaginário popular, sendo, por isso, impossível determinar sua origem com precisão.



O mais importante e talvez o mais conhecido folguedo do Nordeste, espalhado por todo o Brasil, vira aqui brincadeira de roda.



Brincadeira de meninos, que forma uma roda tendo o boi no centro. O boi pode ser um simples arremedo na cabeça do animal, manejado pelo menino no centro da roda.



Enquanto cantam, o boi pode, sem prévio aviso, arremeter contra os que formam a roda.



Canta o toureiro:

Meu boi é laranjo



E! boi...



Os meninos respondem acompanhados pelos presentes:



Meu boi é pintado



E boi...



Meu boi é bonito



E! boi...



Saúda essa gente



E! boi...



Meu boi é rosado



E! boi....



Meu boi é calçado



E! boi... etc.



Nesse ponto – E! boi... – é que o boi, no centro, levanta a cabeça e arremete contra os da roda. Os que não são atacados incentivam o boi com gritos, risadas e apupos. depois, escolhido o novo boi, forma-se de novo a roda e a brincadeira continua.











A besta fera



É a mais temível de todas as criaturas.



Seria um ser fantástico metade homem metade cavalo.



Corre pelas ruas de lugares remotos em noites sem lua.



Sua presença é pavorosa. Ninguém jamais se atreve a abrir as portas quando ele passa em desembalada carreira dando uivos e gritos horripilantes.



O barulho dos seus cascos no chão, costuma deixar o mais valente dos homens de cabelo em pé.



Por onde ele passa, no seu encalço seguem dezenas de cachorros fazendo um barulho infernal.



O animal que se atreve a chegar mais perto é açoitado sem piedade. É um mito muito popular no Nordeste.



Boitatá

Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".

Mboi-tatá

"Mas de verão, depois da quentura dos mormaços, começa o seu fadário. A boitatá, toda enroscada, como uma bola – tatá, de fogo! – empeça a correr o campo, coxilha abaixo, lomba acima, até que horas da noite!..." (João Simões de Lopes Neto. Lendas do Sul)







Também chamada de batatão, boitatá, bitatá, batatá, baitatá, biatatá, Jean de la foice ou Jean Delafosse. É grande a sinonímia da mboi-tatá no Brasil. Mboi, cobra, ou então, o agente, a coisa; tatá, fogo. A cobra de fogo, a coisa de fogo.



Segundo Luís da Câmara Cascudo é o primeiro mito a ser registrado no Brasil. Foi o padre José de Anchieta quem o referiu pela primeira vez, na Carta de São Vicente, datada de 31 de maio de 1560, como "um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os..."



Uma serpente de fogo, saltitante. Para muitos é uma alma penada. É mito que ocorre em todas as regiões do Brasil e o correspondente ao fogo-fátuo europeu. Alguns acreditam-na uma espécie de defensora das matas, outros, o resultado de uma união sacrílega. Dizem que o viajante, ao encontrá-la, deve fechar os olhos e permanecer parado, imóvel, então ela desaparecerá. Caso contrário, a mboitatá o perseguirá, infernizando-o até matá-lo.



Caboclo-d'água

"O senhô pode me creiá. Eu e meus dois menino, numa pescaria, num pegamo um caboclo pro causa desta minha careca. Eles três tavam numa canoa e, noutra, eu mais o fio mais novo, o caçula, de uns dezoito janeiros de idade. Nisso, donde nós tava, nós escutou os menino gritando demais. Nós remou depressa pra lá, mas quando já tava pertinho de chegá nós ouviu eles gritá: "Sorta! Sorta! que é o velho nosso pai". E nós viu, no escuro que fazia, o bicho rolar pra dentro d'água, maretando o rio. Pois num foi que os bobos dos meninos deixaro se encantá a ponto de confundi eu com o danado? Vendo a quereca dele lumiá na luz dos fachos, pensaro que o bicho era eu e gritaram pra soltar. Encantado como eles ficou, até esquecero que eu num era nenhum bocó pra ficar sem gritar com aquela amarração que tinham fazido a rede, embaraiando o sem-vergonha." (J. A. Macedo, 1956)



O caboclo-d'água, também chamado negro-d'água e bicho-d'água, é um dos mitos aquáticos mais populares na região do vale do rio São Francisco. Ninguém sabe de onde surgiu. Vive nas barrancas e alagadiços. Segundo as descrições mais comuns, é baixo, troncudo, musculoso, muito forte, tem a pele cor de bronze e um só olho no meio da testa. Apesar de seu tipo físico, movimenta-se de forma muito rápida e ágil. Às vezes sai do rio e caminha pela terra, geralmente para praticar alguma vingança ou fazer algum favor, mas nunca se afasta muito das margens. Para muitos, é um só e possui poderes para estar em vários lugares ao mesmo tempo.



Dizem que possui o temperamento enfezado e não nutre grandes simpatias para com os pescadores e remeiros. Agarra o fundo das canoas e barcos, balançando-os até os virar ou encalhando-os. Seu corpo é à prova de balas. Para evitar encontrá-lo, deve-se fincar uma faca no fundo da embarcação. Porém, se for bem tratado, o caboclo torna-se benfazejo, ajudando nas pescarias e evitando enchentes. Para agradá-lo, basta oferecer-lhe fumo.

A cachorra da Palmeira







"Quem é esse seu padrinho? A moça lhe perguntou



- Disse ela: o padre Cícero, que agora se cabaou.



A moça fez: quá, quá, quá Naquilo se transformou.



Transformada ainda disse, para a dita mulherzinha:



Não bote luto por ele, sim por minha cachorrinha



Que morreu no mesmo dia Sepultou-se à tardezinha"

(Moisés Matias de Moura)







Era uma jovem, filha de um coronel. Linda e bem-educada, residia na cidade de Palmeira dos Índios. Tinha uma cachorrinha de estimação, que criava desde novinha. No dia da morte do padre Cícero Romão, a cachorra adoeceu e também morreu. Muito triste e chorosa, a moça preparou-lhe um velório com vela e sentinela.



Algum tempo depois, estava ela em uma loja, comprando vestidos e perfumes, quando entrou uma senhora procurando por tecido preto, para luto. Ao saber que se tratava de uma devota do padre Cícero Romão, a moça riu e sugeriu que era melhor que a devota pusesse luto para a sua cachorrinha. No mesmo instante, começou a se transformar em uma cachorra, latindo, uivando e correndo em disparada. Contam que os pais morreram de desgosto. Um irmão a pegou e trancou em uma jaula, onde vive sua maldição.



A cachorra da Palmeira é mito de origem alagoana, mas que ocorre, com variantes, em vários estados do Nordeste. O castigo da transformação da moça malcriada em cadela é tema recorrente na literatura de cordel. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos brasileiros, afirma conhecer algumas dezenas de folhetos sobre o assunto. Segundo Téo Brandão, existia em Viçosa uma peça de reisado que fazia alusão à cachorra e terminava com os seguintes versos: "Meu Santileno, pra ela num tem carinho, discreiou de meu padrinho, virou cachorra, anda correndo."



A lenda do Curupira ou Caipora



Personagem fantástico do folclore brasileiro. É representado por um anão de cabelos vermelhos e dentes verdes. Outras versões contam que seu pelo é verde.



É o protetor da flora e fauna, rei de todos os animais e costuma punir o lenhador que agrida a natureza sem necessidade ou o caçador que mata por prazer. Tem os pés voltados para trás que dizem ser um recurso natural que usa para despistar os caçadores, colocando-os sempre a seguir rastros falsos. É muito poderoso e forte.



Costuma enganar os caçadores e viajantes fazendo-os perder completamente o rumo certo, assobiando em seus ouvidos ou dando sinais falsos.



Em algumas regiões dizem que ele anda pela floresta montado em um porco espinho. É também chamado de Pai-do-Mato e Caapora.



Alguns dizem que encontrar o Caipora traz grande azar. Era conhecido pelos índios e jesuítas como Caiçara e protetor da caça e dos caminhos. No ano de 1550, o padre Anchieta dizia que o Caiçara maltratava com chicotadas os índios que se perdiam na mata.



Em alguns casos chegava mesmo a matá-los. Os índios, para lhe agradar, deixavam para ele, nas clareiras, penas de pássaros, esteiras, cobertores e redes. Muitos acreditam que o Curupira é um espírito do mau.



É um mito comum em toda América Latina. Algumas tribos guaranis acreditam que ele é um monstro que come carne humana.



De acordo com a crença, quem vai entrar na mata, tem que se prevenir levando fumo de rolo para agradá-lo.

Cuca

Vai-te, coca, sai daqui Para cima do telhado Deixa o menino Dormir sossegado



Nana, neném Que a cuca vem pegar Papai tá na roça Mamãe foi cozinhar.



A cuca é um papão, um ente fantástico que mete medo às crianças causando pavor. Sua aparência varia de lugar para lugar, mas a maioria das pessoas diz que ela tem a forma de uma velha, bem velha e enrugada, corcunda, cabeleira branca, toda desgrenhada, com aspecto assustador. Ela só aparece à noite, sempre procurando por aquelas crianças que fazem pirraça e não querem ir dormir cedo. Então, a cuca as coloca num saco, levando-as embora para não se sabe onde e faz com elas não se sabe bem o que, mas, com toda certeza, trata-se de algo muito terrível.



Ela também é chamada de coca ou coco e assombra crianças de Portugal, Espanha, alguns países africanos e tribos indígenas brasileiras. Em alguns lugares ela é um velho, em outros, se parece com um jacaré ou uma coruja.



Existem muitas canções e versos sobre a cuca. Luís da Câmara Cascudo, em Geografia dos mitos do Brasil, indica a seguinte cantiga, comum no Nordeste brasileira: "Dorme, neném, se não a cuca vem. Papai foi pra roça, mamãe logo vem."

Lobisomen



Aparece em noites de lua cheia. Corre pelas ruas ou estradas desertas as altas horas da noite uivando e no seu encalço uma matilha de cachorros segue latindo de modo infernal.



Ao passar por uma encruzilhada ele se despoja no chão e uiva de modo aterrador.



Diz a lenda que o Lobisomem é um homem comum e que nas noites de lua cheia, transforma-se em meio lobo e meio homem.



Invade galinheiros, devora cães e bebe sangue das crianças que encontrar pelo caminho.



De acordo com a lenda, mais comum no Nordeste, se um casal tem sete filhos homens, o último vira Lobisomem ou, se forem sete mulheres e o oitavo homem, este também será Lobisomem.



Outras tradições dizem que filho que nasce da união entre parentes ou de mulher casada amancebada com padre.

Loira do banheiro

Ela vive nos banheiros das escolas. Possui farta cabeleira loira, é muito pálida, tem os olhos fundos e as narinas tapadas por algodão, a fim de que o sangue não escorra. Causa pânico entre os estudantes.



Dizem que era uma aluna que gostava de cabular as aulas, escondendo-se no banheiro. Um dia, caiu, bateu com a cabeça e morreu. Agora, seu fantasma vaga à espera de companhia, assombrando todos aqueles que fazem o mesmo que ela costumava fazer. Em outras versões, é uma professora que se apaixonou por um aluno. Terminou assassinada, a facadas, pelo marido traído. Tem o rosto e o corpo ensangüentados, as roupas em frangalhos.



Loura ou loira do banheiro, menina do algodão, big loura. Lenda urbana contemporânea que ocorre, com modificações, em todas as regiões do Brasil. Algumas vezes é uma mulher feita, outras vezes, uma menina. Os locais de sua aparição podem variar: escolas, centros comerciais, hospitais. Entre os caminhoneiros, surge nos banheiros de estrada, de costas, linda, corpo perfeito, belas pernas. Porém, ao se voltar para sua vítima, com o rosto sangrento, causa o horror.



Acredita-se, também, que seja possível invocá-la. Para isto, basta apertar a descarga por três vezes seguidas ou chutar, com força, o vaso sanitário. Então, ela aparecerá, pronta para atacar a primeira pessoa que entrar no banheiro.

Mula sem cabeça



"Ainda hai a mula sem cabeça; custa muito, mas porém hai. Essas cousas de Deus unfum!... ninguém deve marmurá. Mamãe veio sabê, ô dispois muito tempo, qu'essas gente são iscomungado..." (Manuel Ambrósio. Brasil interior)



A transformação em mula é o castigo recebido pela mulher que se entrega sexualmente a um padre. Nas noites de quinta para sexta-feira, ou de acordo com a lua, ou de sete em sete anos, ou na quaresma, enfim — os períodos variam de região para região — a concubina transforma-se e parte em galope desvairado, pisoteando tudo o que encontra pela frente. Seus cascos, afiadíssimos, ferem como navalhas. Quando retorna à casa, readquire a forma humana, porém está machucada, abatida, cheia de escoriações. Na próxima noite fatídica, tudo acontece novamente.



Para que a manceba não se transforme, o padre deve amaldiçoá-la antes de celebrar cada missa. Segundo Pereira da Costa, isso deve ser feito antes de tocar a hóstia, no momento da consagração. Ao encontrar uma mula, é preciso esconder as unhas a fim de não atrair a sua ira. Aquele que tiver a coragem extrema de retirar-lhe o freio de ferro da boca, quebrará o encanto. Em alguns lugares, basta causar-lhe um ferimento, tirando-lhe sangue.



A mula-sem-cabeça, burrinha-de-padre ou burrinha é mito de origem ibérica e ocorre em toda a América. No México, é chamada malora; na Argentina, mula anima. Também é chamada alma mula, mula sin cabeza, mujer mula e mala mula. Segundo Luís da Câmara Cascudo, apesar de algumas variações, sempre é a punição recebida pela "manceba" do padre. Viriato Corrêa a chama de cavalacanga.



Existem inúmeras variações sobre a sua forma: uma mula sem cabeça, com um relincho apavorante; um animal preto com uma cruz de pêlos brancos na cabeça; olhos de fogo; geme como gente; relincha; tem um facho luminoso na ponta da cauda; ninguém a vê, só se ouve o tropel; uma burra com uma listra branca no pescoço...



Gustavo Barroso explica que a escolha da mula, ou burrinha, como a punição da mulher do padre, deve-se ao fato que desde mais ou menos meados da Idade Média, as mulas foram as montarias mais utilizadas pelos padres, por serem dóceis, resistentes e seguras. Animais incansáveis e bastante próximos da pessoa do padre, inclusive fisicamente.



Negrinho do pastoreio



"Só para três viventes ele olhava nos olhos: era para o filho, menino cargoso como uma mosca, para um baio cobos-negros, que era o seu parelheiro de confiança, e para um escravo, pequeno ainda, muito bonitinho e preto como o carvão e a quem todos chamavam somente o Negrinho. A este não deram padrinhos nem nome; por isso o Negrinho se dizia afilhado da Virgem, Senhora Nossa, que é a madrinha de quem não a tem."

(João Simões Lopes Neto)



Escravo, órfão, o menino pertencia a um fazendeiro rico, cruel e arrogante. Maltratado por todos, principalmente pelos filhos do senhor, sofreu inúmeros castigos e barbaridades. Ao perder a tropilha de cavalos de seu amo, foi surrado sem piedade. Seu corpo moribundo foi, então, jogado à boca de um enorme formigueiro, para que as formigas o devorassem. No dia seguinte, o fazendeiro, atormentado, correu ao local e não mais encontrou o supliciado. Em vez disso, viu Nossa Senhora e o Negrinho, seu afilhado, são e feliz, montado em um cavalo baio, pastoreando uma tropilha de cavalos invisíveis.



O Negrinho do Pastoreio é mito de origem gaúcha, com fundamentos católicos e europeus, divulgado com finalidades morais. A compensação e redenção divinas aos sofrimentos terrenos. A tradição popular concedeu-lhe poderes sobrenaturais, canonizando-o. Possui inúmeros devotos. Afilhado da Virgem, encontra objetos perdidos, bastando prometer-lhe um toco de vela que será dado à madrinha. Em algumas versões, oferece-se também, um naco de fumo para o menino.



Baseado no mito popular, Augusto Meyer criou a seguinte Oração ao Negrinho do Pastoreio:



Eu quero achar-me, Negrinho!

(Diz que você acha tudo)

Ando tão longe, perdido...

Eu quero achar-me, Negrinho:

A luz da vela me mostre

O caminho do meu amor



Negrinho, você que achou

Pela mão da sua madrinha

Os trinta tordilhos negros

E varou a noite toda

De vela acesa na mão

(Piava a coruja rouca

No arrepio da escuridão

Manhãzinha, a estrela d'alva

Na voz do galo cantava

Mas quando a vela pingava

Cada pingo era um clarão)

Negrinho, você que achou

Me leve à estrada batida

Que vai dar no coração



(Ah! os caminhos da vida Ninguém sabe onde é que estão!)

Papa-figo

"Vez por outra circulava a notícia apressada de que desaparecera aquela crianã da rua da Medalha, ou a outra da rua da Tesoura, da estrada do Carro ou da rua da Viração, da rua da Glória ou do Jaguaribe — e era de notar o espanto geral que a novidade despertava entre a gurizada atenta na marcha desses acontecimentos tão desagradáveis."

(Ademar Vidal. Lendas e superstições)



Ele costuma sair à noite ou ao fim da tarde, na hora do crepúsculo, aproveitando o horário de saída das escolas. Seu aspecto pode variar de região para região. Algumas vezes é velho, sujo, sofre de hanseníase e tem o corpo coberto de chagas. Pode, também, ser alto, magro, pálido e com a barba por fazer. Às vezes, carrega um saco. Procura por crianças, atraindo-as com o intuito de raptá-las, extraindo-lhes, a seguir, o fígado.



Segundo a crença popular, o sangue é produzido no fígado. Quando este não funciona bem, o sangue apodrece, causando a lepra. A cura estaria no consumo do órgão sadio. Mas somente o fígado infantil teria pureza e força suficientes para aliviar o sofrimento dos hansenianos. E sempre haveria alguém disposto a pagar qualquer preço por tão poderoso e raro lenitivo.



É mito que ocorre em todo o Brasil, convergindo para outras figuras do ciclo do pavor infantil, como o lobisomem, o negro velho e o homem do saco. Segundo a versão registrada por Ademar Vidal, referente à Paraíba, a fim de não cometer injustiças, o papa-figo restringia sua caça apenas aos meninos mal-comportados, desobedientes, teimosos ou chorões.

Pisadeira



"Esta é ua muié muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sombranceia cerrado e zóio aceso... Quando a gente caba de ciá e vai durmi logo, deitado de costa, ele desce do teiado e senta no peito da gente, arcano... arcano... a boca do estámo... Purisso nunca se deve dexá as criança durmi de costa." (Cornélio Pires. Conversas ao pé do fogo)



Ela vive pelos telhados, sempre à espreita. Quando se janta e vai dormir com a barriga ainda cheia, deitando-se de barriga para cima, é chegada a hora da pisadeira entrar em ação. Ela desce de seu esconderijo e senta-se ou pisa sobre o peito da pessoa adormecida. E pisa, que pisa, com um peso infernal. Não há o que se possa fazer e o pior é que, na verdade, a vítima tem consciência de tudo o que está ocorrendo, pois entra em um estado letárgico onde não está nem totalmente adormecida, nem acordada a ponto de se mover e despertar.



A pisadeira é uma mulher muito magra -- Alceu Maynard Araújo a descreve como uma negra gorda, muito pesada, -- que tem os dedos compridos e secos, com unhas enormes, sujas e amareladas. As pernas são curtas e o cabelo desgrenhado. Um narigão, magro e muito arcado como um gavião. Os olhos são vermelho fogo, malignos e arregalados. O queixo é revirado para cima e a boca sempre escancarada, com dentes esverdeados e à mostra. Nunca ri, gargalha. Uma gargalhada estridente e horripilante.



É mito de origem portuguesa que ocorre em São Paulo e parte de Minas Gerais. Entretanto, a crença que uma intervenção maléfica de um fantasma ou demônio seja a causa do pesadelo é comum a quase todos os povos do planeta desde os tempos da Antigüidade. Em Portugal, é o fradinho da mão furada. No Nordeste brasileiro, os sertanejos acreditam numa velha ou num velho de barba branca que vem lhes arranhar o rosto durante o sono.



Benedito Cleto registra parte de uma oração contra pisadeira:



"São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem a mão furado.

São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem os olho arregalado.

São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem o beiço arrevirado.

São Vicente com São Simão me disse que a pisadeira tem o dente arreganhado..."

Papa-figo

"Vez por outra circulava a notícia apressada de que desaparecera aquela crianã da rua da Medalha, ou a outra da rua da Tesoura, da estrada do Carro ou da rua da Viração, da rua da Glória ou do Jaguaribe — e era de notar o espanto geral que a novidade despertava entre a gurizada atenta na marcha desses acontecimentos tão desagradáveis."

(Ademar Vidal. Lendas e superstições)



Ele costuma sair à noite ou ao fim da tarde, na hora do crepúsculo, aproveitando o horário de saída das escolas. Seu aspecto pode variar de região para região. Algumas vezes é velho, sujo, sofre de hanseníase e tem o corpo coberto de chagas. Pode, também, ser alto, magro, pálido e com a barba por fazer. Às vezes, carrega um saco. Procura por crianças, atraindo-as com o intuito de raptá-las, extraindo-lhes, a seguir, o fígado.



Segundo a crença popular, o sangue é produzido no fígado. Quando este não funciona bem, o sangue apodrece, causando a lepra. A cura estaria no consumo do órgão sadio. Mas somente o fígado infantil teria pureza e força suficientes para aliviar o sofrimento dos hansenianos. E sempre haveria alguém disposto a pagar qualquer preço por tão poderoso e raro lenitivo.



É mito que ocorre em todo o Brasil, convergindo para outras figuras do ciclo do pavor infantil, como o lobisomem, o negro velho e o homem do saco. Segundo a versão registrada por Ademar Vidal, referente à Paraíba, a fim de não cometer injustiças, o papa-figo restringia sua caça apenas aos meninos mal-comportados, desobedientes, teimosos ou chorões.

Saci pererê



O Saci é uma entidade muito popular no folclore brasileiro. No fim do século XVIII já se falava dele entre os negros, mestiços e Tupis-guarani, de onde se origina seu nome.



Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser muito brincalhão, que esconde objetos da casa, assusta animais, assovia no ouvido das pessoas, desarruma cozinhas; enquanto que em outros lugares ele é visto como uma figura maléfica.



O Saci é um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, entre eles, o de aparecer e desaparecer onde desejar. Tem uma mão furada e gosta de jogar objetos pequenos para o alto e deixa-los atravessa-la para pegar com a outra.

Ele costuma assustar viajantes ou caçadores solitários que se aventuram por lugares ermos nos sertões ou matas, com um arrepiante assovio no ouvido, para em seguida aparecer numa nuvem de fumaça pedindo fogo para seu cachimbo.



Ele gosta de esconder brinquedos de crianças, soltar animais dos currais, derramar sal que encontra nas cozinhas, e em noites de lua, monta um cavalo e sai campo afora em desembalada carreira fazendo grande alvoroço.

Diz a crença popular que dentro dos redemoinhos de vento - fenômeno onde uma coluna de vento rodopia levantando areia e restos de vegetação e sai varrendo tudo que encontra a sua frente - existe um Saci.



Diz ainda a tradição que, se alguém jogar dentro do pequeno ciclone um rosário de mato abençoado, pode captura-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de qualquer desejo.



Porca Leitoa



Quibungo

Vaqueiro misterioso



“...era um vaqueiro ambulante, misteriosamente aparecendo por fazendas em ocasiões de difíceis vaquejadas em que pintava proezas admiráveis. Nos sertões do norte mineiro dele se fala ainda com essa crença supersticiosa cheia de infância e desalinho, marcando datas, lugares, perigos inimagináveis, quase impossíveis, salvando gerações, vivendo de todos e por toda a parte, sempre o mesmo, inextinguível. Franzino, mulato de mediana estatura, pouco idoso, falando pouco e muito descansado, sempre vestido de perneira e gibão, cavalgando eternamente uma égua muito feia e magra ocultando a larga fronte, olhar expressivo e barba espessa e comprida sob um grande e desabado chapéu de couro — tal a figura simpática do Borges. Quase nunca era procurado porque, boêmio dos campos, sua residência certa ignorava-se.” (Manuel Ambrósio. Brasil interior)



Ele aparece de repente nas fazendas ou em regiões pastoris. Não se sabe ao certo de onde veio ou onde nasceu . Tem vários nomes e, algumas vezes, nome nenhum. Sua montaria é um cavalo velho ou uma égua de aparência cansada, imprestáveis. Está sempre vestido humildemente, com um gibão de couro surrado e chapéu de vaqueiro, encobrindo o seu olhar misterioso.



Aparece nas ocasiões onde há vaquejadas ou apanha de gado novo, ferra ou batida para campear. Devido à sua aparência, torna-se alvo de zombaria dos demais vaqueiros e campeadores. Contudo, vence a todos os outros. É o mais ágil, mais destro, mais afoito deles. O sabedor de segredos infalíveis, o melhor, o herói. É aclamado pela multidão, desejado pelas mulheres, o convidado de honra do fazendeiro. Ele, porém, recusa todas as honrarias e desaparece da mesma forma que surgiu. Ninguém sabe como e nem para onde foi.



É mito de origem lusitana, com variações locais, que ocorre em todas as regiões de pastorício no Brasil: Nordeste, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Bahia. Para Luís da Câmara Cascudo, "moralmente, é um símbolo da velha profissão heróica, sem registros e sem prêmios, contando-se as vitórias anônimas superiores às derrotas assistidas pelas serras, grotões e várzeas, testemunhas que nunca prestarão depoimento para esclarecer o fim terrível daqueles que vivem correndo atrás da morte.



Zaoris



"Depois, desceu, sempre com ela; em sete noites de sexta-feira ensinou-lhe a vaquenagem de todas as furnas recamadas de tesouros escondidos... escondidos pelos cauílas, perdidos para os medrosos e achadios de valentes... E a mais desses, muitos outros tesouros que a terra esconde e que só os olhos dos zaoris podem vispar..."



(João Simões Lopes Neto - A salamanca do jarau)



Todos aqueles que nascem em uma sexta-feira da Paixão são zaoris. Têm o aspecto de homens comuns. Seus olhos, porém, são muito brilhantes, de um brilho mágico, misterioso. Possuem o poder de ver através de corpos opacos, terras ou montanhas, conseguindo assim localizar tesouros escondidos. Barras de ouro ou prata, jóias, pedras preciosas, armas raras, nada escapa ao olhar mágico do zaori, mesmo que esteja enterrado sob vinte metros de terra.



É mito de origem árabe, que denuncia o velho hábito de enterrar dinheiro para fugir dos impostos, sendo muito popular também na Espanha. No Brasil, ocorre principalmente no Rio Grande do Sul. Também estão presentes no fabulário da região do Rio da Prata, Chile e Paraguai, localizando as riquezas e tesouros enterrados pelos jesuítas ou por príncipes incas, na tentativa de salvaguardar seu ouro dos espanhóis. Uma vez que os proprietários originais de tais riquezas não podem mais usufruí-las, os zaoris as localizam para aquelas pessoas que ganham a sua simpatia. Contudo, não podem utilizar seu dom em uso próprio. Toda a riqueza que encontram sempre deverá reverter para benefício de outrem.









Mula sem cabeça



"Ainda hai a mula sem cabeça; custa muito, mas porém hai. Essas cousas de Deus unfum!... ninguém deve marmurá. Mamãe veio sabê, ô dispois muito tempo, qu'essas gente são iscomungado..." (Manuel Ambrósio. Brasil interior)



A transformação em mula é o castigo recebido pela mulher que se entrega sexualmente a um padre. Nas noites de quinta para sexta-feira, ou de acordo com a lua, ou de sete em sete anos, ou na quaresma, enfim — os períodos variam de região para região — a concubina transforma-se e parte em galope desvairado, pisoteando tudo o que encontra pela frente. Seus cascos, afiadíssimos, ferem como navalhas. Quando retorna à casa, readquire a forma humana, porém está machucada, abatida, cheia de escoriações. Na próxima noite fatídica, tudo acontece novamente.



Para que a manceba não se transforme, o padre deve amaldiçoá-la antes de celebrar cada missa. Segundo Pereira da Costa, isso deve ser feito antes de tocar a hóstia, no momento da consagração. Ao encontrar uma mula, é preciso esconder as unhas a fim de não atrair a sua ira. Aquele que tiver a coragem extrema de retirar-lhe o freio de ferro da boca, quebrará o encanto. Em alguns lugares, basta causar-lhe um ferimento, tirando-lhe sangue.



A mula-sem-cabeça, burrinha-de-padre ou burrinha é mito de origem ibérica e ocorre em toda a América. No México, é chamada malora; na Argentina, mula anima. Também é chamada alma mula, mula sin cabeza, mujer mula e mala mula. Segundo Luís da Câmara Cascudo, apesar de algumas variações, sempre é a punição recebida pela "manceba" do padre. Viriato Corrêa a chama de cavalacanga.



Existem inúmeras variações sobre a sua forma: uma mula sem cabeça, com um relincho apavorante; um animal preto com uma cruz de pêlos brancos na cabeça; olhos de fogo; geme como gente; relincha; tem um facho luminoso na ponta da cauda; ninguém a vê, só se ouve o tropel; uma burra com uma listra branca no pescoço...



Gustavo Barroso explica que a escolha da mula, ou burrinha, como a punição da mulher do padre, deve-se ao fato que desde mais ou menos meados da Idade Média, as mulas foram as montarias mais utilizadas pelos padres, por serem dóceis, resistentes e seguras. Animais incansáveis e bastante próximos da pessoa do padre, inclusive fisicamente.









Boto

Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.

Curupira

Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

Lobisomem

Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

Mãe-D'água

Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

Corpo-seco

É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.

Pisadeira

É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.

Mula-sem-cabeça

Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.

Mãe-de-ouro

Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.

Saci-Pererê

O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.



LENDAS DA REGIÃO SUL

Colonizado por europeus, o Sul, com 577.214 km2, oferece prazeres variados. Da carne bovina aos frutos do mar. Em seus três estados - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, há de tudo; para todos os gostos. Churrascos servidos no espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões, lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa, em caldeiradas.



Há, ainda, a típica cozinha do interior, com destaque para o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro. a roupa velha e o barreado. Com forte presença italiana, é ampla a oferta de massas. Marcante, também, são os traços da colonização alemã. O que permite ao viajante saborear excelentes embutidos.



E, após a refeição principal, doces de ovos, como ambrosias e papos-de-anjo, e de frutas cristalizados e em calda. Apesar de possuir restaurantes que oferecem todas as cozinhas do mundo. No litoral sul saladas guarnecidas por palmitos de uma maciez sem igual, colhidos na Mata Atlântica.



O PODER DOS MITOS

Colonizado por europeus, o Sul, com 577.214 km2, oferece prazeres variados. Da carne bovina aos frutos do mar. Em seus três estados - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul -, há de tudo; para todos os gostos. Churrascos servidos no espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões, lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa, em caldeiradas.



Há, ainda, a típica cozinha do interior, com destaque para o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro. a roupa velha e o barreado. Com forte presença italiana, é ampla a oferta de massas. Marcante, também, são os traços da colonização alemã. O que permite ao viajante saborear excelentes embutidos.



E, após a refeição principal, doces de ovos, como ambrosias e papos-de-anjo, e de frutas cristalizados e em calda. Apesar de possuir restaurantes que oferecem todas as cozinhas do mundo. No litoral sul saladas guarnecidas por palmitos de uma maciez sem igual, colhidos na Mata Atlântica.



A IARA ou Mãe-D'água - figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de aculturação provavelmente européia e tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d'água atrai os pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia `a noite, e leva o pretendente a afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e pescas. Sendo meio peixe e meio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre.1



A Iara é uma bonita moça que vive na água, contam os índios. Dizem que é tão linda, que ninguém resiste ao seu encanto. Costuma cantar com uma voz tão doce, que atrai as pessoas. Quando se percebe, já é tarde. Ela arrasta a vítima para o fundo das águas. Os índios têm tanto medo da Iara, que, ao entardecer, evitam ficar perto dos lagos e dos rios. Receiam ser atraídos por ela.



Jaguarari era um moço índio. Ele era muito forte, tão forte como a onça. E se houvesse uma luta entre os dois, não sei quem sairia ganhando. Era, também, muito corajoso e os outros moços índios morriam de inveja. Os velhos gostavam dele, porque era bondoso. As moças, então, viviam elogiando sua elegância, sua força, sua ligeireza! É claro que ele se sentia feliz.



O índio Jaguarari gostava de remar e possuía uma canoa muito bonita. Mas bonita mesmo! Feita com todo o capricho. Quando ele passava, remando, as aves da beira do rio não fugiam, ao contrário, esticavam o pescoço o mais que podiam para vê-lo passar.



Para pescar e caçar não havia outro! Não tinha nem graça: enquanto os outros índios se cansavam, correndo pela selva atrás de algum bicho, Jaguarari caçava quantos queria. Depois, pedia aos jovens índios que o ajudassem a carregar os animais que havia caçado. E eles, embora tivessem inveja de Jaguarari, não conseguiam resistir ao seu pedido, tão grande era sua simpatia.





PROJETO: HORA DE BRINCAR


Justificativa:

É triste saber que mais de 95% dos brasileiros não sabem que brincar tem a mesma importância que estudar, na formação de um caráter. E mais revoltante ainda é saber que algumas escolas banem do seu currículo acadêmico aulas de Educação Física, simplesmente por acharem que esse tipo de ensinamento é descartável. Muitos não conseguem entender, ou até mesmo acham idiotice, mas as brincadeiras de infância são o reflexo dos desafios da vida adulta.
Muitas crianças entram de férias, mas muitas não tem como. Justifica-se o presente projeto.







Vivemos atualmente em uma sociedade capitalista e violenta em que as crianças, em sua maioria, já não vivenciam mais brincadeiras de outras épocas, devido a três "avanços": o avanço da tecnologia, o avanço da violência e o avanço da ignorância. Brincar tem uma importância absurda nos processos de desenvolvimento humano E é necessário que as instituições de ensino tenham essa consciência e invistam mais em brincadeiras e dinâmicas para as suas crianças, pois estas, em sua totalidade, preparam-nas para o futuro.
Para ser ter uma idéia, está cientificamente comprovado que brincar desenvolve: a coordenação motora, a integração com o grupo, a locomoção, o raciocínio, o espírito esportivo, a elasticidade corporal, a resistência física, a resistência psicológica, o reconhecimento de erros e a disposição para corrigí-los, a criação de estratégias, a motivação, a criatividade, a comunicação, o espírito de liderança, a aptidão, a velocidade de corrida, a noção de espaço, a noção de tempo, o reconhecimento de habilidades e dificuldades, a facilidade de aderir a mudanças, a compreensão dos limites dos outros, a auto-compreensão, a interpretação de situações, o entendimento da natureza e de suas fases, a curiosidade, o espírito de proteção, a ousadia, a motricidade, a socialização, a coragem, a desinibição, a ampliação da mente, a valorização da amizade, o desapego aos bens materiais, a competição sadia, a busca por diversão, o riso fácil, a prática de novas descobertas, a convivência, a exploração de objetos, o auto-conhecimento, o saber perder, o respeito ao próximo, a atitude, o desenvolvimento do sistema cardio-respiratório, a ampliação de conhecimentos, a organização de pensamentos, a aceitação de limites e o reconhecimento de que eles são necessários, a facilidade de tomar decisões corretas, a liberdade de expressão, a satisfação com o que se tem, a interação, a influência, a criação e compreensão de gestos, a expansão da cultura, a fácil adaptação a rotinas, a investigação, a flexibilidade, a busca por alternativas, a afeição, a arte de sonhar, o saber esperar, a eliminação da arrogância, a maturidade, a conexão entre o imaginário e o real, a facilidade de aprendizado, o aprimoramento de relações, a facilidade de fazer amigos, a inteligência, a fertilidade da imaginação, a confiança, a esperteza, a segurança, a identidade própria, a autonomia, a atenção, a imitação do que é certo e o afastamento do que é errado, a memória, o espírito voluntário, a cooperação, a concentração, o despertar, a descoberta de mundo e, claro, a felicidade. E o melhor de tudo é que todos esses aprendizados são adquiridos pelas crianças de forma natural, gradativa e prazerosa! Brincar é um ato tão divino que, mesmo gerando grandes e significantes resultados, ela gera divertimento e satisfação, tanto para crianças, como para adultos.




Brincar é um momento sagrado. É através das brincadeiras que as crianças ampliam os conhecimentos sobre si, sobre o mundo e sobre tudo que está ao seu redor. Elas manipulam e exploram os objetos, comunicam-se com outras crianças e adultos, desenvolvem suas múltiplas linguagens, organizam seus pensamentos, descobrem regras, tomam decisões.
É necessário entender o quanto é saudável cair, se ralar, tropeçar, errar, perder, levar uma bolada, pular, saltar, rir à toa, correr... Enfim, ser feliz! Isso é ser criança. E tudo isso prepara as crianças para o futuro, onde terão que enfrentar desafios semelhantes às brincadeiras. Basta analisar as regras de qualquer brincadeira e compará-las com o mundo aqui fora. Assuma o compromisso de fazer isto e descubra porque tenho razão.
O adulto, ao se permitir brincar com as crianças, sem envergonhar-se disto, poderá ampliar, estruturar, modificar e incrementar as experiências das crianças. Ao participar junto com as crianças das brincadeiras, ambos aprendem através da interação, constroem significados apropriando-se dos diversos bens culturais e se construindo ao mesmo tempo, entre lembranças de adultos que brincavam quando crianças ou não, entre novas brincadeiras relembradas, aprendidas ou inventadas, exibindo que, mais do que coisa de criança, elas são de todos aqueles que ousaram tornar-se criança também.
Existe um rico e vasto mundo de cultura infantil repleto de movimentos, de jogos, da fantasia, quase sempre ignorados pelas instituições de ensino. É uma pena que esse enorme conhecimento não seja aproveitado como conteúdo escolar. Nem a Educação Física, enquanto disciplina do currículo, que deveria ser especialista em atividades lúdicas e em cultura infantil, leva isso em conta.
As instituições de ensino precisam levar em consideração essa gigantesca importância e aplicar brincadeiras e dinâmicas no currículo das crianças e dos adolescentes, desde o pré-escolar até o ensino médio. E isso não é um pedido, é uma obrigação. A Declaração Universal dos Direitos da Criança (aprovada pela ONU em 1959), no artigo 7º, ao lado do direito à educação, enfatiza o direito ao brincar: “Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito”.
A tradição das brincadeiras tem ultrapassado gerações e gerações, espalhando-se por diferentes culturas e países. Sem sobra de dúvidas é necessária uma verdadeira cruzada em favor de um resgate dos jogos da cultura popular, pois eles estão em extinção. E esse resgate pode ser feito de duas formas: nas aulas de educação física, que precisam urgentemente desse conteúdo; e em gincanas recreativas, que deveriam ser muito mais freqüentes nas escolas de hoje.
Neste manual você tetá à sua disposição e à disposição da Instituição que você defende, 350 brincadeiras, dinâmicas e esportes que podem ser praticadas por todas as idades, desde que sejam adaptadas ao espaço e ao limite de cada um. Todas essas brincadeiras poderão se transformar em tarefas de gincana, desde que a comissão organizadora se reúna e faça algumas mudanças nas regras, para que mais pessoas possam brincar. As brincadeiras são primárias, portanto, seria interessante que o educador (ou recreador) crie novas brincadeiras tendo estas como base. E se você ainda duvida da relação que estas brincadeiras têm com os desafios da vida adulta, escolha algumas para ler e analisar as regras. Duvido que você não extraia, pelo menos, três lições de vida de cada uma.
Bem, espero que as brincadeiras sejam úteis e conto com a ajuda da sua instituição para dar uma infância mais feliz às nossas crianças. E também não podemos esquecer do quão importante é que os adolescentes e adultos também brinquem, afinal, todos nós temos uma criança dentro da gente e está mais do que comprovado que rir faz bem à saúde e estende a longevidade humana. Portanto, fica registrado o apelo: Vamos Brincar!

Objetivos:

Brincar
Buscar maior interação
Desenvolver a criatividade
Proporcionar atividades prazerosas.


Metodologia:
Filmes
Brincadeiras diversas
Interação
Pinturas
Imaginação

Duração prevista 8 dias.
O que pode ser trabalhado com este projeto?

Língua Portuguesa
Artes
Estudos Sociais
Educação física

Atividades

Elaborar atividades coletivas com os alunos a partir de muitas brincadeiras
Dançar e cantar diversas músicas
Brincar , brincar muito.
Esportes, jogos, dança, gincana cultural, sessões de cinema, teatro, desenho, pintura, contação de histórias, confecção de brinquedos

Brincando a criança descobre o mundo, aprende se desenvolve. Os tipos de brincadeira e a forma de brincar se modificam de acordo com a etapa de desenvolvimento que a criança apresenta. A brincadeira auxilia no desenvolvimento global da criança.

A criança exercita e organiza o pensamento, a noção de individualidade, a linguagem, a necessidade de perseverar entre outros.
Na brincadeira a criança exprime seus medos, desejos, experiências. De forma simbólica o brinquedo torna-se um meio de expressão. Se o brincar é algo tão importante no desenvolvimento da criança, é também fundamental para o desenvolvimento da linguagem e da fala.
A adequada aquisição e desenvolvimento da comunicação dependem de vários fatores, entre eles: o biológico, o afetivo e o social. E foi dentro dessa visão que desenvolvemos o projeto é hora de brincar, num período onde muitas crianças estão em recesso escolar, mas algumas continuam em atividades por vários motivos.
Nessa semana faremos atividades mais lúdicas, buscando com isso uma interação maior.
Nosso objetivo maior é de fazer dessa semana uma semana diferente, atrativa, motivadora, lúdica.

Relação das atividades:

SESSÃO DE CINEMA. O FILME : OS TRÊS PORQUINHOS
BAÚ DE ROUPA
DIA DO BRINQUEDO.
TINTURAS NO PAPEL PARDO.
PASSEIOS
MÚSICAS

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